10.12.19

13j - Gil Vicente: gostei.

Começo pelo fim: Vítor Oliveira diz que o Gil Vicente deveria ter somado pelo menos um ponto no jogo de ontem. Eu não concordo. O técnico dos gilistas diz que seria mais consentâneo com as oportunidades criadas pelas duas equipas. Também não concordo. Mesmo sem recorrer a estatísticas, não me parece que haja paridade em situações de golo. O que me parece é que o Gil Vicente só queria mesmo o pontinho que não conseguiu somar, veio jogar para isso e na expectativa de aproveitar um erro nosso. Não conseguiu, quase não existiu até sofrer o golo e depois reagiu com coração mas sem muita cabeça.

Do jogo: gostei de ver o Rio Ave a entrar forte nas duas partes. Por esses momentos deveria ter tido uma vantagem mais gorda no marcador, mas foi perdulário. Foi pena esses momentos de bom futebol e oportunidades não terem durado mais de 10 minutos em cada parte. Fiquei com a ideia que a equipa precisava de "mais treinador", já que teve os seus melhores períodos depois de estar com o mister no balneário. Também gostei muito de Diego Lopes. Foi empreendedor, perigoso e decisivo. O 10 apresentou ontem uma alegria com a bola nos pés como já não se via há algum tempo. 

Por contraste, Mané, não estando mal, dá ares de não estar com grande confiança. Um desequilibrador como ele deveria ter sempre uma ponta de arrogância para partir para cima dos adversários. 

Mal estivemos no que toca ao controlo de emoções. Tanto o amarelo a Borevkovic como o vermelho a Taremi são situações completamente evitáveis. Não há necessidade de nos expormos assim a cartões. Condicionar tanto o jogo colectivo com micro-explosões de mau temperamento individual não deveria acontecer num ambiente tão profissional. Claro que na bancada é sempre fácil falar, mas mesmo assim reagir tão a quente foi desadequado. Não estávamos em situação de desespero na tabela para reagirmos como se o jogo fosse decidir o destino da equipa nesta temporada. 

O adversário: descontando já as palavras do seu técnico, gostei da atitude guerreira e combativa. Muito fortes, viris, sem medo do choque. Têm é de aliar a essas qualidades mais 40 metros de campo ofensivo durante todo o jogo porque ficar à espera de sofrer para marcar não é, por norma, boa política.