Ficava chateado por tudo o que aconteceu, de golo anulado a penalties e expulsões. Como pode uma equipa que estava por cima no jogo, a dominar e a jogar melhor deixar-se perder de forma tão primária?
Este é daqueles jogos que dá pra escrever 3 livros de 1000 páginas só sobre arbitragem. Confesso que depois de ver as imagens, a única jogada que me deixa com dúvidas é a do golo anulado ao Chaves. No resto, o árbitro esteve bem. Aliás, se o árbitro validasse o golo ao Chaves, eu continuaria a achar que tinha estado bem nos lances capitais. Não vi no estádio motivo para anular o golo, mas para nossa felicidade, alguém viu e achou que o árbitro também deveria ver e para isso o alertou. Mas chega de árbitro.
O Chaves foi globalmente melhor que nós em jogo jogado. Ocupou bem os nossos espaços, impediu a progressão dos laterais, bloqueou o centro do nosso meio-campo. Deve ter sido a equipa com mais posse de bola em Vila do Conde. Não criava muito perigo, não era brilhante, mas era melhor que nós. De certa forma, o golo que lhes foi anulado traduzia a superioridade que iam tendo. O Rio Ave anda tão desinspirado que sobre este adepto paira uma núvem de medo sempre que os adversários atacam e marcam. E acho que a mesma núvem vai atacando também a equipa. A abertura da segunda parte deu pra sacudir um bocado este atrevido Chaves pra mais longe da nossa baliza. Ainda não era um Rio Ave mandou, mas já era um Rio Ave mais desperto. E se nós acordámos, o Chaves adormeceu como uma criança habituada a sestas de fim de almoço e faz dois penalties completamente disparatados. Pelé fez bom proveito de cada um deles e Rio Ave na frente. Agora era manter o Chaves por longe da nossa baliza. Mas a verdade é que agora que existe a A7 de Chaves a Vila do Conde é uma viagem rápida e os transmontanos não nos largaram a baliza e fizeram o golo que nos deixou de novo a roer o pouco de unha que ainda nos sobra nos dedos.
Ainda se reclamou mais um penalty, ainda levámos com um susto valente, mas no fim somámos 3 pontos. Missão cumprida, agora é ganhar em Paços e arrumar de vez com a questão do 5º lugar a nosso favor.