Ao intervalo estava aborrecido porque não houve grande futebol. Achei o Leixões mais dominador mas sem desequilibrar, enquanto que nós do meio-campo em diante vivemos daquilo que o endiabrado Gama foi capaz de fazer. Pensei que depois nos íamos ressentir do jogo de Braga, que o vento e a chuva ainda seriam mais dois adversários, mas felizmente enganei-me. Não foi perfeito, porém: Gama estava mais tapado e menos em jogo, Vitor Gomes lutava muito no míolo, mas teve duas desconcentrações que podiam ter sido fatais e ainda por cima Adriano que estava fora-de-jogo, na ânsia de marcar, retira um golo a Gaspar ao tocar na bola quando esta ia inevitavelmente entrar na baliza. A coisa começava a ficar tão cinzenta como o céu. Mas Gama lá desfez o nó, primeiro com um excelente golo de livre e depois com novo golo após boa assistência de Chidi. E de Gama tenho a dizer que das vezes que fui crítico com ele era porque esperava que jogasse mais vezes como fez hoje. E hoje foi o mais desequilibrador, correu, fintou, cruzou, marcou. O melhor dos 14 que jogaram.
Com este jogo fechou-se um ciclo terrível de muitos jogos em 2010, 9, dois deles com direito a 120 minutos de jogo, mais penalties. Foi desgastante e a equipa esteve globalmente bem. Se hoje se notasse peso a mais nas pernas teríamos de saber relativizar. Como venceu, há que enaltecer e reforçar pelo esforço extra a que tem sido submetida.
À luz disto tudo o que fica dito e por mais esta vitória fundamental rumo à tranquilidade, Carlos Brito leva de mim a nota 3.