23.1.08

A 'chicotada psicológica'

Sou dos que acreditam que se não tivesse havido aquela sequência de lesões estaríamos em primeiro lugar e, se calhar, até confortavelmente.
Sou dos que acreditam que a equipa se ressentiu de ausências muito importantes e perdeu não só futebol mas também confiança.
Sou dos que acreditam que os jogadores confiam na direcção quanto ao pagamento das responsabilidade assumidas, mas também não ignoro que isso tem peso no dito balneário - sobretudo coincidindo com o Natal...
Como se isto não bastasse, há a venda de dois jogadores titulares, um deles candidato ao título de jogador mais valioso (Milhazes). Vem Rogério Matias? Muito bem, mas antevejo uma segunda volta diferente da primeira.
Antevejo uma equipa mais intranquila e mais frágil. Antevejo o cenário da subida de divisão como muito menos provável. Antevejo, finalmente, uma equipa em crise psicológica.

Como dar a volta? Acho difícil, mas sei que não passa pela mudança de treinador. A verdadeira 'chicotada psicológica' tem de ser dada pelo colectivo, nomeadamente pelos jogadores mais velhos. E João Eusébio, se o conseguir, conseguirá definitivamente o respeito de todos nós. Não é fácil. Mas é nas crises que se vêm os grandes homens - da direcção aos treinadores, passando pelos jogadores.

1 comentário:

Gil disse...

Usando uma velha máxima muito em voga nos nossos dias, "um exército de cordeiros comandado por um leão vale mais que um exército de leões comandado por um cordeiro".

Óbvio que a realidade do futebol do Rio Ave não é assim tão linear e taxativa. Sim, Eusébio tem de ser um leão, mas como muito bem dizes João Paulo, os jogadores mais velhos e com mais peso no clube têm de puxar dos galões. Não me lembro de ouvir Eusébio criticar os jogadores. Sempre, às vezes quase caindo no ridículo defendeu os seus atletas. Não ficaria mal se todos mostrassem algo mais em campo. Não apenas quando o momento pessoal do treinador é menos bom. Sempre em todos os jogos.

Acusar os adeptos de não estarem com a equipa não é justo. Ninguém fica em cima de uma ponte que ameaça ruir. Dentro do campo, lá é que se faz a diferença.