14.7.25

Uma primeira prova de fogo para Ignacio Beristain

Talvez na Grécia os processos judiciais não sejam de consulta pública, como acontece em Portugal e em muitos outros países. Isso explicaria a falta de sensibilidade do investidor para uma imagem que ninguém quer ver associada ao Rio Ave, mas que começa a aparecer: a de que não paga e prefere resolver em tribunal as questões

Ignacio Beristain tem aqui uma primeira prova de fogo. 

Claro que quando acha que tem razão, a SAD deve contestar, mas ainda ninguém se esqueceu da segunda interdição da UEFA, no final do ano, por dívidas a um jogador, que não faziam sentido. 

Voltando ao início: a perceção pública sobre a imagem das instituições chama-se reputação. E todos queremos que o Rio Ave, clube ou SAD, tenha uma reputação positiva.

 

11.7.25

Equipamentos 2025/2026: O azul nas fotos e o receio (infundado?) sobre o verde

(uma sugestão dada pelo Leitor André Santiago)


A apresentação oficial dos equipamentos do Rio Ave FC para a temporada 2025/2026 está para breve, mas nas redes sociais — nomeadamente no Facebook — os sócios e adeptos têm manifestado algum desagrado com as imagens que têm sido utilizadas nos últimos dias para anunciar reforços.

As fotos de apresentação dos novos jogadores surgem com camisolas azuis — o equipamento de treino — acompanhadas por descrições como “com as nossas cores”, o que tem causado alguma estranheza e críticas por parte de quem sente que essa frase não representa o verde e branco tradicional do nosso emblema.

As más línguas (ou talvez não tão más quanto isso) vão mais longe e sugerem que esta opção está relacionada com uma alegada aversão de Evangelos Marinakis à cor verde — por ser a cor do Panathinaikos, rival direto do Olympiakos, clube que detém. A teoria não é nova e, segundo consta, não é totalmente descabida. Ainda assim, há algo que os sócios do Rio Ave podem (e devem) manter como certeza: as nossas cores oficiais não podem ser alteradas.

Isto porque os estatutos do clube (do clube, não da SAD) salvaguardam precisamente essa identidade — e nesse ponto, felizmente, a história e o bom senso protegem-nos de mudanças radicais. O que poderá acontecer, em tese, é uma diminuição do uso do verde no design do equipamento principal.

Enquanto se aguarda a apresentação oficial dos novos equipamentos, resta esperar que o bom gosto, a identidade do clube e o respeito pelos seus sócios estejam no centro da escolha.

O representante dos sócios na SAD

A próxima AG extraordinária vai servir para escolher o representante dos sócios na administração da SAD, uma vez que a Mesa da AG entendeu que a demissão de Henrique Maia da Direção implicaria também a sua saída desse lugar. Eu, não sendo jurista, e uma vez que Henrique se mantém como sócio, não vejo problemas, mas é o que é. Iremos ao Centro da Juventude para resolver a questão.

Pode pensar-se que o lugar é simbólico, mas eu não acho isso. Ter um representante dos sócios que não pertença à Direção é, à partida, uma garantia de isenção e transparência.

Acredito que a Direção irá indicar alguém - espero que com este perfil. Por exemplo Henrique Maia.

Caso contrário, é importante que apareçam sócios disponíveis na AG para essa função.

PS - se a ideia é permitir que surjam candidaturas espontâneas, a Mesa da AG deveria explicar isso previamente, até para as pessoas eventualmente interessadas poderem pensar no assunto. 

 

Mais gregos do que portugueses: uma curiosidade que já se adivinhava




Com o anúncio das contratações de Papakanellos e Athanasiou, oficializadas esta semana, o plantel principal do Rio Ave FC passa agora a contar com mais jogadores gregos do que portugueses. É um dado que pode surpreender alguns, mas que, na verdade, já se adivinhava.

Desde a entrada do investidor grego Evangelos Marinakis — também proprietário do Olympiakos — que o número de jogadores oriundos do futebol helénico tem vindo a aumentar de forma constante. Muitos destes atletas chegam a Vila do Conde precisamente por via dessa ligação ao clube de Pireu, o que tem feito do Rio Ave uma espécie de extensão do projeto grego em solo português.

Fica apenas a curiosidade: o Rio Ave, um clube português, com mais jogadores gregos do que lusos no plantel principal (em tempos foram brasileiros). Um reflexo dos tempos modernos no futebol, mas também um sinal claro da direcção que o clube tem vindo a seguir.

Jogadores Gregos no clube neste momento:
  1. Ntoi
  2. Vrousai
  3. Nikos Athanasiou
  4. Antonis Papakanellos
  5. Theofanis Bakoulas

10.7.25

O movimento final – Xeque-mate ('Chapeau')



Não posso (ainda) garantir a 100%, mas todos os sinais apontam para que Alexandrina Cruz venha a ser nomeada presidente da SAD do Rio Ave. Não sei se será uma presidente executiva ou meramente decorativa – também já nos habituámos a cargos sem função real –, mas se tal acontecer, será o desfecho previsível de um processo iniciado em 2023. E com esse movimento, ficamos perante aquilo que parece ser o xeque-mate.

Quem acompanhou os últimos dois anos do clube, não ficará surpreendido. Desde a vaga de novos sócios em 2023 – alegadamente a tempo de aprovar mudanças estatutárias fundamentais –, passando por alegadamente assembleias gerais à porta fechada para alguns sócios e decisões comunicadas à última hora, tudo parecia montado para chegar a este ponto. Resta agora a última jogada.

E que jogada (Chapeau). Penso até que, alegadamente, poderemos estar perante um caso único no futebol português – e arriscaria dizer, europeu. Um presidente de um clube (minoritário numa SAD) que, depois de liderar o processo de transformação, se vê alegadamente "recompensado" com o cargo máximo... na própria SAD.

Repito, para que não pareça confuso: a presidente do clube que detém apenas 20% da SAD, poderá agora alegadamente ser presidente da sociedade dominada a 80% por um acionista privado. Tudo isto sem conflito de interesses? Só se estivermos todos a jogar às escondidas com o bom senso.

Imagine-se este cenário, fora do futebol:
  1. Um presidente lidera uma instituição que detém 20% de uma empresa;
  2. Essa empresa é controlada por um novo dono, que nomeia... esse mesmo presidente para liderar a empresa;
  3. O presidente não é remunerado pela entidade que representa (o clube), mas poderá receber compensações pela empresa (a SAD), sobre as quais o clube não tem controlo;
  4. Quando os interesses do clube e da SAD não forem coincidentes – e acreditem, esse dia chegará – de que lado estará esta figura bicéfala?

Se isto não configura um conflito de interesses, então é melhor reescrevermos os manuais de governação e transparência.

Sei bem que ainda falta confirmação oficial. Até lá, admito: isto é apenas uma suposição. Mas, como todos sabemos, onde há fumo...

Fica para já a sensação de que esta poderá ser a jogada final. O xeque-mate num tabuleiro onde quase ninguém teve acesso às regras do jogo.

Se Alexandrina Cruz alegadamente  deseja ser a representante máxima da SAD do Rio Ave, detida maioritariamente por um investidor externo, no meu entendimento, deverá demitir-se da Presidência do Rio Ave FC. 

9.7.25

O que significa(ria) Alexandrina Cruz ser a presidente da SAD?

Quando Marinakis veio ao Porto, no início do processo de criação da SAD, Alexandrina Cruz saiu do jantar indigitada como presidente da SAD, numa prova de confiança do investidor. E foi isso mesmo que ela disse aos sócios em AG. Tal não veio a acontecer porque o representante que Marinakis, indicado por Jorge Mendes, um tal de Cristiano, convenceu o investidor grego de eventuais incompatibilidades. E seria ele, Cristiano, o novo presidente da SAD. À última da hora, e sem que se saiba ainda a explicação, também ele cai, Boaz é encontrado de baixo das pedras e, exatamente no dia da escritura, depois de alguns convites recusados internamente, o diretor financeiro passa a administrador executivo.

Esta é, em poucas palavras, a história da SAD até ao dia do seu nascimento formal (31 de maio de 2024).

Sabendo o que se sabe, acredito que a SAD teria ficado melhor servida com Alexandrina Cruz como presidente do que com Boaz Toshav - e é público que sou um crítico do trabalho da presidente do Clube.

Por isso, agora que se volta a falar do assunto (e sendo certo que o IPDJ confirmou que não existe qualquer incompatibilidade legal), mantenho a opinião: se vai haver alguém a desempenhar as funções de presidente da SAD que seja alguém que conhece a realidade, como é o caso de Alexandrina, em vez de alguém que está em Inglaterra ou Atenas. 

Outra coisa completamente diferente é se esse/a presidente virá a ter funções executivas. Se sim, acho que é o primeiro caminho para haver choques com o CEO Beristain. Por isso, acho que não deveria ter. Até para reduzir especulações sobre eventuais incompatibilidades éticas.


 

8.7.25

Ex-Diretor Jurídico da Rio Ave SAD e empresa gráfica interpõem processos judiciais distintos à SAD do Rio Ave




A semana passada com o conhecimento do processo judicial do jogador Zé Manuel acabei por dar um novo "check" e detetar mais três processos judiciais que envolvem a SAD do Rio Ave.

O Tribunal de Maia recebeu recentemente uma nova ação judicial que envolve a Rio Ave SAD. Desta vez, o processo foi interposto por Diogo Soares Loureiro, antigo Diretor Jurídico contratado pela SAD no início da temporada passada.

Em causa está uma reclamação no valor de 23.701,86€, montante que o ex-dirigente entende ser-lhe devido pela entidade patronal.




Já o tribunal de Vila do Conde recebeu no mês passado uma acção judicial submetida pela PontoMarc- Impressões Lda. e reclamam uma dívida de 2338,88€.



Nota ainda para o ex-administrador executivo da SAD Diogo Ribeiro (despedido no final da última temporada), que colocou um processo judicial impugnando o despedimento (entretanto o mesmo já está a exercer novas funções no Vitória de Guimarães).



7.7.25

Os 22 que estiveram em campo no primeiro jogo

No primeiro jogo estiveram 22 jogadores:

Sotiris em 4-3-3 com:

Sina, Hassan (sub23), Petrasso, Panzo e Vrousai, 

Graça, Lomboto (regressado de empréstimo) e Bakoulas, 

Olinho, Zoabi e Toto Medina (em destaque)


Jogaram ainda:
– Pedro Virgínia, João Tomé, Andreas Ntoi, Nelson Abbey, Karseladze, João Novais, Ferati, Naziru, Valentim, André Luiz e Clayton.

Ou seja, os seis sub23 (Karseladze, Pedro Virginia, Hassan, Ferati, Naziru e Valentim) estiveram em campo,

Faltaram (da lista aqui analisada): 

Mizta

Omar (foi embora)

Rehmi (foi embora) 

Okkas

Chukwudi

(Aguilera, ainda de férias)