Não sei se sou só eu ou se outros Rioavistas também se sentem assim: após os últimos jogos do Rio Ave, estou como ‘o tolo no meio da ponte’: satisfeito com os jogos na Luz, no Dragão e frente ao Sporting e desiludido com o que se viu em Famalicão e agora em Moreira de Cónegos – de onde saímos com um empate porque, a fechar, um adversário falhou uma grande penalidade.
Parece claro, nesta altura, que a equipa tem duas caras: frente aos principais candidatos joga olhos nos olhos e, por vezes, até melhor do que eles; frente a adversários de valor semelhante é uma equipa sem rasgo, sonolenta, desinspirada.
Num fim de semana o Rio Ave faz uma grande exibição (grande jogo frente ao Sporting) e no seguinte faz 90 minutos pouco mais do que penosos. Foi o que aconteceu este sábado frente ao Moreirense. Primeiro remate aos 65 minutos e uma estatística arrasadora (18 remates para eles, contra 3 dos nossos).
Luís Freire, antes do jogo, disse duas frases que poderiam não ser completamente compreendidas: o Moreirense deveria ser encarado pelos jogadores do Rio Ave como uma “equipa grande” e “um candidato ao título”. À primeira vista, tratando-se do Moreirense, parece um disparate. Mas o que mostra é que Freire já identificou o problema: os seus jogadores têm ‘uma cara’ nos jogos com os candidatos ao título e outra nos restantes.
Ele bem pediu, mas a equipa não lhe fez a vontade, mesmo com vários reforços no onze (que, imagino, poderiam ajudar a trazer outra mentalidade).
Em resumo, na minha opinião, o problema é mental e não de falta de qualidade dos jogadores ou do treinador.
PS - o Rio Ave tinha seis médios no banco, dois defesas e um avançado. Quando foi preciso mexer no onze, saíram os três da frente (Aziz, Embaló e Ronaldo) e entraram Boateng, Joca e Teixeira.