4.6.21

Sobre a saída de André Vilas Boas

 

O director desportivo não poupou responsabilidades a ninguém pela despromoção logo após o segundo jogo do playoff com o Arouca. Não se poupou também. A época foi desastrosa e na sua posição a autocrítica só lhe ficou bem. Apresentar a demissão veio em consequência disso e parece-me uma decisão acertada do antigo capitão de equipa. Tiro-lhe o chapéu por isso. 

A mim não interessa se o André é vilacondense ou rioavista, interessa que seja competente. Esta época que terminou, o próprio achou que não foi. Quando alguém acha que não é a pessoa certa em determinada posição o mais lógico é que coloque o lugar à disposição. A aceitação imediata da sua resignação mostra que a Direcção concordou com a avaliação. A única coisa que acho que possa merecer alguma crítica é a forma lacónica e fria como foi comunicada a saída. Os clubes são entidades que vivem de pessoas, por muito que o clube represente bem mais que pessoas isoladas. O André tem um passado longo no clube e acho que, se mais não for, em nome disso, deveria ter pelo menos uma palavra de agradecimento. A não ser que se entenda que o seu trabalho não é merecedor.

Não sei se as saídas na estrutura do futebol ficam por aqui. Pedem-se muitas cabeças, apontam-se muitos dedos. Os momentos de crise costumam servir para recalibrar equipas, repensar e redefinir estratégias. Parece natural que venha a acontecer isso agora, até porque as receitas do clube vão descer de forma muito acentuada e a estrutura do clube se tinha tornado (demasiado?) pesada. 

À excepção de André Vilas Boas, não houve mais considerações sobre a época feita por responsáveis do clube. Mas novidades virão.

E por falar em novidades, o Record diz que Vilas Boas vai para Famalicão onde voltará a trabalhar com Miguel Ribeiro. Uma porta que se fechou, outra que se abre.