24.6.21

O Presidente falou.

O silêncio foi longo e a declaração de "regresso" foi média. António Campos já recuperado de um problema de saúde mostrou-se determinado. O semblante era de dureza. Percebe-se o discurso escrito, relido seguramente várias vezes. Percebo que assim seja, mas retira, apesar do semblante carregado, alguma emoção e sentimento ao discurso. Não houve grandes variações no tom de voz e a postura corporal foi constante. Estar a falar disto e não da substância do discurso quer dizer o quê? Bem, basicamente alguma desilusão. Eu adepto espero sempre algo mais: um anúncio de reformas, uma promessa de retorno imediato com aposta em reforços de qualidade, que me pintem uma quimera, uma ilusão e que o façam de olhos em chamas a contagiar e a reunir todos de volta, algo que me queira já fazer desejar com muita força que o campeonato comece já este próximo fim de semana. ASC não faz nada disso, optou por um discurso "limpo" relembrando as dificuldades que encontrou quando chegou ao clube, assumindo responsabilidades e prometendo regresso a breve trecho à primeira liga, mas sem grande força. Respeito este lado mais institucional e "diplomático". Não esperava que falasse da "saída" de Miguel Cardoso, de André Vilas Boas ou que viesse ser muito mais esclarecedor sobre os erros que nos levaram a esta queda, mas esperava que falasse um pouco do projecto de futuro, da Academia, da bancada. Percebemos a desilusão do Presidente, mas tivemos a emoção contida. Era hora da paixão. 

Foi-nos dito que o clube não deixou de estar a trabalhar. A época não se demora, aguardo que se veja substância muito em breve.