Respeito, mas, sinceramente, não percebo.
E tenho dificuldades em aceitar.
Não quero falar do passado, porque há milhares de treinadores que saíram dos seus clubes depois de terem feito coisas brilhantes (basta um mau início de época...), falo por isso do presente.
Tenho para mim que esta é a época mais difícil de sempre desde que Pedro Cunha é nosso treinador, mais difícil ainda do que liderar a equipa na distrital da AFPorto (onde se sabia que não podiamos subir de divisão).
O problema da equipa, como se viu mais uma vez na primeira parte do último jogo, não é de falta de qualidade no plantel mas provavelmente de falta de 'ambição' dos jogadores.
Quantos acreditam que podem chegar realmente à primeira equipa do Rio Ave?
Ainda mais significativo, depois do que aconteceu este verão com as não-saídas de Jaime, Tiago Pinto, Schutte, Leandro, entre outros: quantos acreditam realmente que podem vir a fazer uma carreira profissional [ou seja, falo de crise de autoconfiança de vários jogadores]?
Um exemplo: Carlos Alves foi considerado o segundo melhor guarda-redes da Liga Revelação e (a menos que me escape alguma coisa) não arranjou um clube da segunda liga ou do Campeonato de Portugal, ele que tanto precisa de jogar com regularidade a outro nível (podia falar de outros, como Tiago André).
É contra tudo isto que Pedro Cunha tem todos os dias que lutar.
Contrariar o 'destino' e puxar pelos miúdos, fazê-los sonhar que é sempre possível e que depende muito deles.
Não vejo outro treinador que pudesse fazer melhor neste contexto difícil. E, com tudo isto, o Rio Ave é quarto classificado, embora a 12 pontos do primeiro.
(foto: Facebook Rio Ave FC)