O jogo do passado domingo foi um jogo interessante.
Perdemos e isso é o mais importante e portanto isso é sempre mau. É negativo. Sem pontos não se conquistam objectivos.
Contudo, jogamos contra uma equipa com melhores jogadores e com um plantel muito superior a nível de qualidade e de custos.
A realidade é que nos batemos olhos nos olhos.
Marcaram cedo num lance de bola parada e no fundo, do jogo é isso que me custa ainda mais, porque se há momento do jogo em que se pode minimizar diferenças é nos lances de bola parada, pois ninguém faz jogadas de génio num canto.
O jogo acabou por ser equilibrado e até aceito a vitória do adversário, pois acabou por ter mais uma ou duas oportunidades (uma na trave e outra para boa defesa de Pawel). Tivemos uma na segunda parte por A. Santos que saiu quase à figura.
Mas o que me fica do jogo, tal como já tinha elogiado nos 2 jogos em Alvalade é o capacidade do nosso treinador.
Pouca gente reparou mas nós começamos num 4-4-2, com Diego na esquerda, Nuno Santos na direita e Mané ao lado de Bruno Moreira. Pelos 20 minutos Mané passa para o flanco e Diego para o meio mas numa linha mais baixa do que aquela que Mané fazia, fazendo aí um 4-3-3 (alguns dirão 4-5-1 se considerarmos os extremos como médios). Na segunda parte Carvalhal faz o que ninguém arrisca fazer a um grande.
Joga com 3 defesas. Não são 3 centrais mais 2 laterais. Não. São 3 defesas e vai para cima do FCP.
A equipa melhorou. O adversário tremeu. Os nossos jogadores estavam confortáveis a jogar no sistema.
Estas variações, estas alterações a meio de um jogo são de um risco tremendo e a equipa cresceu sempre. Isso dá muito trabalho. Às vezes vemos treinadores que nem um sistema apresentam em condições... e em Dezembro ainda se queixam que estão a trabalhar o processo. Este parece que faz magia.
É verdade que há falhas defensivas sim, mas é notório o trabalho no processo ofensivo.
É verdade que não ganhamos e nem criamos oportunidades de bola corrida (criaríamos uma que não foi oportunidade por 64 cm ou se preferirem por 0,05seg - em que Bruno Moreira faz um passe genial e Taremi seria Taremi mais uma vez - mas não aconteceu).
Creio que Carvalhal mexe bem e nos tempos certos na equipa e acho também que Jambor só entra bem porque tem Tarantini e FA ao lado. Jambor + 1 deles apenas não funciona, porque tem muitas limitações defensivas e daí compreender que Carvalhal deixasse Tarantini a "10", ainda mais quando o capitão é também forte no jogo de cabeça, algo que outros naquela posição não ofereceriam. Acredito também que se houvesse uma quarta substituição essa seria Piazon por Tarantini. Mas não há.
Há quem critique o treinador adversário por colocar mais um defesa. Já vi Mourinho, Guardiola Ancelotti... tantos... fazerem isso.
Eu não critico. Ele quis ganhar, achou que aquilo era o melhor para eles e ganhou. Se Carvalhal um dia tiver de acabar um jogo com 6 defesas que acabe (pode correr mal, como aconteceu quando decapitaram Daniel Ramos o ano passado nas redes sociais, mas se achar que é o melhor que os meta)... mas que continue sem medo e se tiver de voltar a acabar com 3 que o faça também.
Posto isto:
- não há vitórias morais.
- não é com derrotas que se ganham jogos nem pontos.
- não gosto de dizer que se ganham equipas com derrotas, porque quem joga assim tem de ter uma grande equipa.
Portanto, com este grande treinador e com estes bons jogadores que conseguem formar uma grande equipa está na hora de mudarmos a máxima do:
jogamos sempre como nunca e nunca ganhamos como sempre.
Está na hora de assumir que temos equipa e plantel para bater o recorde de pontos.
Queremos 52 pontos. Dê isso ou não dê Europa, pelo menos faremos melhor do que aquilo que sempre fizemos.
Sejamos tubarões!!!