Não porque não goste de ouvir o relato do Paulo Vidal, mas apenas por curiosidade sobre o que dizem os outros do nosso Rio Ave, escutei o relato do jogo de ontem na Rádio Clube de Paços de Ferreira. Entre elogios à nossa primeira parte e uma certa admiração pela quebra na segunda, houve uma coisa que se ouviu várias vezes e que não posso deixar de realçar: o mau jogo de Vítor Gomes. Não tenho como atestar as palavras do relatador, obviamente, mas registei. O Vítor foi descrito como um bom jogador que parecia que ao jogar estava a fazer um favor ao patrão. Ou seja, que parecia não estar minimamente empenhado. As palavras não são minhas, que fique claro, e não pretendo com a reprodução das mesmas beliscar a qualidade nem o profissionalismo do atleta.
Mesmo assim, parece evidente que há algo que se passa com o Vítor. Algo que não tem a ver com a sua qualidade, mas com a moral, com a sua cabeça. Já no início da época passada eu tinha aqui dito que algo tem de ser feito sobretudo a um nível psicológico com o jogador. E no final da mesma temporada o João Paulo defendia que o Vítor precisava de um desafio que o motivasse.
A verdade é que esse novo desafio tarda em surgir e o Vítor também tarda em confirmar tudo o que se espera dele. Então, há que agarrar com muita força o presente, concentrar-se totalmente no Rio Ave, não perder o certo por esperar um incerto que não chega. Eu não conheço o Vítor pessoalmente, não lhe conheço os modos de ser e pensar. Ao vestir aquela camisola que eu tanto gosto, o Vítor terá sempre o meu apoio, mas nunca deixará de ter a minha opinião às vezes menos positiva sobre o que faz. Mas desejo-lhe o melhor, sempre. E desejo que seja capaz de se tornar o jogador que eu espero que ainda venha a ser. Neste momento, acho que lhe fazia muito bem fazer uma viagem ao seu próprio interior, uma introspecção séria à procura da motivação que parece que estar em falta.
Ou então, não sei minimamente o que estou para aqui a dizer.