10.5.10

Benfica, lampião

Fomos à festa e quase a estragavamos. Não se faz tamanha maldade a tanta gente, se bem que muito psicólogo deste país ainda sonhou em ver o consultório cheio nas próximas semanas.
Eu não vi o jogo, ouvi pela Antena 1, estava num local onde ainda não se conhece o futebol. Há um campo da bola, mas como não sabiam para que servia, deixaram-no ao abandono, tem mato de mais de metro de altura. O jogo ia a meio da segunda parte e no café local nem tv nem rádio. Quatro divertidos convivas jogavam sueca e nem quando do rádio meu carro parado à porta saiu um estridente grito anunciando golo do Rio Ave, os homens reagiram. Nós prestes a cortar as vazas ao Benfica e para aqueles minhotos ali impávidos e serenos era igual ao litro, não era nada com eles.

Do que fui ouvindo não me senti defraudado, apesar de me parecer que fomos anjinhos. Gelar a Luz em ambiente de festa com 10 em campo até foi de macho. Faltou o resto. Entre esse resto, encontra-se Wires. Este ano tivemos o mais lado mais trauliteiro do nosso médio. Acho que tanto amarelo e vermelho encontra uma justificação na atitude de antes quebrar que torcer do brasileiro, algo que o levou a criticar alguns colegas a certa altura desta época. Também acredito que jogando num dos grandes Wires não teria sido tão penalizado. Outro em falta foi Fábio Faria. Na próxima época se tiver de jogar contra nós, o que vai fazer Fabio Faria? Não joga e alega uma lesão? Entra em crise existencial uma semana antes do jogo e o treinador protege-o? Joga como se nada fosse? Entenda-se uma coisa: nada me move contra o Fábio. Aliás, acho que a culpa não é dele em não ter jogado, deve ter-se tratado de uma decisão do treinador. Mas não gostei da forma como se tratou esta questão da sua já ligação ao Benfica. Fábio só precisava de dizer uma coisa a propósito disto: que seria um grande orgulho jogar na Luz com a camisola do actual clube e mostrar aos adeptos do Benfica porque o clube o tinha contratado. E se fizesse asneira, paciência, já fez outros ao serviço do clube e quando ainda não tinhamos a permanência assegurada. Mas adiante. Fábio foi um excelente valor. Que tenha a maior sorte do mundo e se tiver de ser emprestado, que não se esqueça de nós!

Foi o fim de uma época que considero muito boa. Quarta à noite vamos conversá-la.