João Eusébio, um homem só

O nosso treinador neste momento deve sentir nos ossos o frio vento norte. E não deve haver muita gente com vontade de o cobrir com um cobertor quente. Após três derrotas consecutivas e um estado de graça que durou 17 jogos e 8 pontos de vantagem para o terceiro lugar, a equipa cai abruptamente e as armas arrumadas durante tanto tempo, agora limpas e com fome de guerra, vão ouvir-se.

Questiono-me se Eusébio no treino de amanhã verá o sol que promete brilhar. Imagino-o neste momento sentado no silêncio de uma sombria cave a olhar por um esguio postigo a escuridão da noite e a ouvir o vento que passa sem se ver, mas assobiando na passagem.

Eusébio está sózinho. Agora. Mas o campeonato não acabou.

Se a razão me diz que já não subimos, o coração faz-me acreditar. Quando Pandora abriu a caixa, libertou todos os males excepto o que destruíria a esperança. Por isso...