23.4.23

29j Boavista: Derrota em meio jogo.

Não é muito comum (até já foi menos...), mas ontem vi o mesmo jogo que Luís Freire e partilho da opinião que expressou no fim do jogo: mudava a equipa toda ao intervalo. Perdemos o jogo pelo aparente comodismo com que abordámos o jogo. Ainda o traseiro não se tinha acomodado às cadeiras do Bessa e já moravam duas bolas no fundo da nossa baliza. À partida havia duas ideias na minha cabeça para explicar a desorientação: jogar de amarelo ou o penteado em coque do Aderlan. Rapidamente isentei o central de culpas porque estava a ser dos mais regulares. Inclinava-me para culpar os vistosos equipamentos porque a equipa não está habituada a encontrar os seus elementos de forma tão rápida e realçada. É como conduzir de noite e de repente ter um carro de frente a ligar os seus potentes máximos a encandear os nossos frágeis olhos. Mas não, tinha de haver algo mais. Tendo ficado mesmo sobre o banco do Rio Ave depressa me apercebi do profundo enfado do treinador. Ele esbracejava, dava instruções para dentro do campo, mas parece que só o ouvia quem estava na bancada. O golo de Hernâni ainda deu pra disfarçar alguma coisa, mas depressa os homens da camisola xadrez voltaram a repor diferenças. Ao intervalo deve ter havido sermão e missa cantada. Tivesse Freire obrigado os jogadores a estarem ajoelhados com as mãos debaixo dos joelhos era merecido. Chega a segunda parte e a atitude foi melhor. Não foi nada que fizesse entusiasmar, mas foi melhor. Saíram 3 jogadores para entrarem outros tantos, mas o árbitro depressa achou que o Ruiz estava a mais, que com ele ainda podíamos pontuar e mandou-o sair por quase acertar em cheio na perna de um adversário. O VAR ainda o alertou que não seria bem falta pra vermelho, mas o homem do apito lá achou que o que conta é a intenção. Nós aprendemos com isso e não nos faltou mais intenção de mostrar mais serviço. Boateng conseguiu mais tarde acertar nas pernas de um adversário e com isso bater Bracali. A intenção era marcar e marcou. E nos minutos que ainda faltavam os adeptos do Boavista até acharam que o jogador expulso tinha sido do Boavista e não do Rio Ave, porque não faltou muito para chegarmos ao empate.

Ora bem, tudo espremido, perdemos o jogo na primeira parte onde claramente só resolvermos aparecer em jogo quando o adversário já ganhava por 2. Foi só um mau momento? Esperemos que sim. A permanência já está garantida, mas há que ter mais ambição e melhor atitude. Ficar contente com o mínimo dos mínimos não é o que queremos e esperamos.