É evidente que os 3 pontos conquistados numa vitória são sempre positivos (mais ainda estes 3 fora de casa contra um adversário directo foram sem dúvida muito importantes).
Contudo, dentro do próprio jogo houve 3 pontos positivos que gostaria de destacar:
- A solidariedade entre os jogadores do Rio Ave FC, o que levou a que na hora de saber sofrer nos tivesse-mos aguentado sem conceder golos ao adversário (e aqui acrescento a disponibilidade e concentração, porque sem isso não há solidariedade que valha);
- O nosso golo é qualquer coisa de extraordinário... não é só o calcanhar é o tikitaka, as desmarcações, a procura do espaço, a visão, a qualidade técnica, a temporização... que classe.
- A boa entrada dos dois reforços que foram titulares:
- Rúben Semedo a mostrar simplicidade e eficácia na marcação, no desarme e até na saída de bola (tirando uma arrancada no início do jogo em que após tirar 3 adversários do caminho perde a bola, mas atenção, perdeu-a junto à área adversária e não sendo o último defesa como costuma fazer Buatu);
- Filipe Augusto a demonstrar que é mais completo que Scmith (e sei que há quem tenha opinião contrária, mas eu mantenho a minha), porque além de não perder para este em posse de bola, tem uma capacidade posicional e uma agressividade defensiva na procura da bola quando não a temos que o Scmith nunca demonstrou ter. Além disso notou-se um entrosamento com Tarantini e Diego que obviamente vem de muitos e muitos jogos que nos recordamos com saudade porque corresponderam a algumas das melhores épocas do Rio Ave (finais de Taças e jogos Europeus). Como disse aquando da contratação de Filipe Augusto, se for necessário recuar 6 anos com este meio-campo para fazer uma época estável e na próxima época fazer uma campanha fortíssima que assim seja, porque estes 3 são nossos e não são emprestados. Eu gostei deste meio-campo.
De qualquer forma queria aqui referir que não nos podemos esquecer que o Portimonense tem uma bola no ferro quando o jogo estava 0-0 (o mesmo tinha acontecido contra o Marítimo) e ainda outra oportunidade em que Leo desvia um cruzamento-remate que parecia ter a direcção da baliza. Tivemos sorte mas soubemos geri-la bem, tal como tínhamos feito na Madeira, ao contrário de outras ocasiões.
Nelson Monte tem 2 erros a fazer lembrar Buatu e que não podem acontecer, além da sorte que teve em o árbitro marcar a falta quando caiu sozinho e Paulinho iria ficar isolado (lance que depois motivou o protesto do jogador do Portimonense que resultou no segundo amarelo).
Leo aparece quando tem de aparecer, assim como Bruno Moreira. É o que se pede a um guarda-redes e a um ponta-de-lança. Um que evite golos e o outro que os marque.
Galeno desequilibra como ninguém e Gabriel entrou e mostrou que pode ser mais incisivo e determinante (tendo inventado uma oportunidade de golo sozinho) que Murilo, que não esteve muito bem.
Nadjack cumpriu sem se enterrar muito e Mateus fez um jogo muito positivo, estando envolvido na jogada magistral do golo.
O jogo teve 53 faltas. O jogo com mais faltas do campeonato e de todos os principais campeonatos esta época. Um árbitro muito defensivo que apitava tudo e isso ajuda quem está em vantagem que era o Rio Ave. Isso deu a sensação que nos beneficiou o que não é verdade.
Agora, acredito que com um árbitro mais "liberal" como João Pinheiro ou Artur Soares Dias este jogo não tivesse essas 53 faltas e fosse mais complicado para nós segurarmos a vantagem. Mas é a vida.
Os adeptos deles reclamaram e nós já o fizemos muitas vezes nos Arcos em situações semelhantes.
Quanto à expulsão de Paulinho... a falta efectivamente não existe. O jogador protesta, esquecendo-se que tinha uma camisola preta e branca e não azul e branca como o ano passado. Esse é o problema do futebol português... é que os ouvidos dos árbitros são muito sensíveis e as atitudes muito autoritárias para 13 clubes, mas para os outros 5 (3 grandes, Braga e Guimarães) que podem dizer o que lhes apetece e como bem entendem fazem ouvidos moucos e borram-se todos na hora de sacar do cartão.
Paulinho foi bem expulso. Gostava era de ver o critério coerente para todos. Porque o que aconteceu ao Paulinho pode acontecer a um jogador do Rio Ave, mas corremos o risco de não acontecer com outro adversário do Rio Ave noutra ocasião e noutro estádio.