30.3.17

Compra, passa e repassa ... (1)

O futebol tem sofrido muitas alterações. Principalmente nas estruturas e entidades competitivas. Também passou de uma atividade lúdica, de fim de semana, para uma atividade praticamente diária, competitiva e que visa o lucro. O lucro direto da atividade desportiva e o lucro que muitos obtêm pela existência dessa atividade (por exemplo com as apostas).
Estas alterações de paradigma trouxeram novos horizontes e novos problemas.
A nossa sociedade estará preparada para todo este novo "esplendor"?
As entidades que participam na atividade (SDUQ´s e SAD) caminham numa espiral de maiores gastos (também fruto de maiores receitas), maior quezília (não se atingir determinados fins na época acarreta prejuízos enormes), maior suspeição (resultados combinados?), etc.
Em paralelo a tudo isto surgem novos investidores. Capitais vindos de todo o mundo, pretendem adquirir partes significativas de SAD´s. Prometem muitos milhões, para obras, para aquisição de vedetas, para se lutar pelo lugar que leva à glória eterna.
E o papel do associado? Associado que foi a origem , a causa e a razão de se ter criado o clube, de repente, fruto do "progresso", do "el dorado", do futuro brilhante que tantos prometem (e que só poucos atingem), muitos ao estilo do vendedor da banha da cobra, vê-se relegado para uma posição de ter de se desculpar, por ser um estorvo, ao progresso prometido. E mais do que isso, percebe que já não participa na vida associativa da coletividade, pois que quem decide, manda e ordena é um Conselho de Administração que muitas vezes nem conhece.
Que caminho seguir?