Quem teve de correr para chegar a horas de se sentar e ver o jogo sossegadamente amaldiçoou a primeira parte. O RIo Ave só por volta dos 35 minutos é que conseguiu praticar futebol com algum sentido. Até lá somou acções disparatadas e mortas à nascença com um futebol desligado e desarticulado. Parecia que a equipa não se conhecia. A meus olhos uma coisa é evidente: quando Tarantini não engrena e está ausente da construção de jogo, a equipa não produz. Bressan esforçou-se e mereceu nota muito positiva, mas sozinho contra a muralha do Boavista não chegava.
E chegou a segunda parte. Pra começar não podia ser pior, nem 5 minutos e Heldon saiu lesionado. O jogo avança, mantem-se a desinspiração da primeira parte, a equipa nao tem chama, os jogadores continuam encolhidos, com medo do choque, com medo de arriscar iniciativas individuais. Goleavamos em posse de bola, mas chegar com perigo perto da baliza do BOavista é que não acontecia. E por falar em Boavista: defendia bem, jogadores bem posicionados e procurava sair rápido para o contra-ataque, ainda que não criasse grande perigo. E quando se calhar poucos acreditavam, surge a vitória numa combinação improvavel entre o pior e o melhor jogador da noite: Marvin ganha a lateral em velocidade e junto da linha cruza bem para a área, ninguem do Boavista intercepta, Bressan domina de barriga e em habilidade atira ao ângulo superior da baliza do Boavista! 1 minuto depois acaba jogo e contamos a terceira vitoria seguida.
O jogo foi desinspirado, nenhum de nós troca os pontos pela exibição. Missão cumprida, os 14 pontos já ninguem nos tira.