«Enquanto sócio do Rio
Ave, e depois da informação que pude obter quanto aos dois modelos
possíveis, bem como do conhecimento que tenho da “cultura” do
nosso Clube, considero que há algumas conclusões que se podem
tirar:
Em primeiro lugar,
considero que a autonomização da actividade do futebol profissional
num modelo de gestão profissional é um passo positivo para a
afirmação do Rio Ave. Negar essa realidade é negar a forma como o
futebol actual funciona e é querermos competir em situação de
menoridade com os nossos adversários. Creio, aliás, que mesmo antes
desta imposição legal, a actual direcção já estava a seguir esse
caminho com a contratação de um Director Geral, por exemplo,
implementando um modelo de gestão que se tem visto ser bem sucedido.
Em segundo lugar, e
considerando a obrigação legal de criar uma sociedade comercial num
dos modelos SAD ou SDUQ considero que, neste momento, deveremos optar
pela criação de uma SDUQ. Defendo esse modelo por várias razões:
. É difícil garantir
investidores que assegurem a realização de capital necessária a
garantir uma operação bem sucedida;
. A tradição do Rio Ave
enquanto Clube, em que há uma forte intervenção dos corpos sociais
na gestão, precisa de tempo para se adaptar a este modelo de gestão
profissional, pelo que é aconselhável que vá sendo feita de forma
gradativa;
. O regime da SDUQ
permite que, a qualquer momento, quando se entender útil e
vantajoso, se possa evoluir para a criação de uma SAD, com grande
facilidade.
Em último lugar
considero que o Rio Ave deve aproveitar o bom momento que atravessa e
os bons resultados que tem alcançado ao nível desportivo, mas
principalmente ao nível economico-financeiro, para reforçar os seus
capitais e robustecer a sua capacidade de enfrentar as dificuldades
que se sentem no mercado do futebol em geral. Acredito que os clubes
que o conseguirem terão condições de disputar sempre os lugares
cimeiros. No nosso caso, com a capacidade de recrutamento de talentos
que existe em Vila do Conde, acredito que é possível manter um
modelo que aposte na formação de jogadores “da casa” que
integrem a equipa principal e que, todos os anos, garantam algumas
transacções de direitos desportivos que permitam realizar uma parte
do orçamento anual do clube»
(agradecemos ao Miguel Paiva a disponibilidade para responder ao nosso desafio; publicaremos outras opiniões que nos chegarem)