18.2.13

SAD ou SDUQ (a opinião de Miguel Paiva)

Publica-se a seguir a opinião do nosso sócio Miguel Paiva (sublinhados nossos):


«Enquanto sócio do Rio Ave, e depois da informação que pude obter quanto aos dois modelos possíveis, bem como do conhecimento que tenho da “cultura” do nosso Clube, considero que há algumas conclusões que se podem tirar:
Em primeiro lugar, considero que a autonomização da actividade do futebol profissional num modelo de gestão profissional é um passo positivo para a afirmação do Rio Ave. Negar essa realidade é negar a forma como o futebol actual funciona e é querermos competir em situação de menoridade com os nossos adversários. Creio, aliás, que mesmo antes desta imposição legal, a actual direcção já estava a seguir esse caminho com a contratação de um Director Geral, por exemplo, implementando um modelo de gestão que se tem visto ser bem sucedido.
Em segundo lugar, e considerando a obrigação legal de criar uma sociedade comercial num dos modelos SAD ou SDUQ considero que, neste momento, deveremos optar pela criação de uma SDUQ. Defendo esse modelo por várias razões:
. É difícil garantir investidores que assegurem a realização de capital necessária a garantir uma operação bem sucedida;
. A tradição do Rio Ave enquanto Clube, em que há uma forte intervenção dos corpos sociais na gestão, precisa de tempo para se adaptar a este modelo de gestão profissional, pelo que é aconselhável que vá sendo feita de forma gradativa;
. O regime da SDUQ permite que, a qualquer momento, quando se entender útil e vantajoso, se possa evoluir para a criação de uma SAD, com grande facilidade.
Em último lugar considero que o Rio Ave deve aproveitar o bom momento que atravessa e os bons resultados que tem alcançado ao nível desportivo, mas principalmente ao nível economico-financeiro, para reforçar os seus capitais e robustecer a sua capacidade de enfrentar as dificuldades que se sentem no mercado do futebol em geral. Acredito que os clubes que o conseguirem terão condições de disputar sempre os lugares cimeiros. No nosso caso, com a capacidade de recrutamento de talentos que existe em Vila do Conde, acredito que é possível manter um modelo que aposte na formação de jogadores “da casa” que integrem a equipa principal e que, todos os anos, garantam algumas transacções de direitos desportivos que permitam realizar uma parte do orçamento anual do clube»

(agradecemos ao Miguel Paiva a disponibilidade para responder ao nosso desafio; publicaremos outras opiniões que nos chegarem)