A cabeça em Braga

Por muito que os jogadores digam que é um jogo de cada vez e que ninguém entrou em Coimbra a pensar em Braga, a verdade é que - parece-me - que o corpo e as pernas estavam em Coimbra, mas (uma parte d) a cabeça estava já em Braga.
E não quero discutir aqui se os jogadores acreditam ou não no quinto lugar, parece-me é que entendem (e eu compreendo-os bem) que uma final da taça de Portugal e a possibilidade de um título são uma motivação maior.
Em que é que suporto isto, apesar de Pedro Martins ter apresentado um onze muito forte [Lionn ficou de fora por lesão]?
Os nossos jogadores ontem voltaram a fazer um jogo lento, desinspirado, chegando tarde aos lances.
Um  jogo sem oportunidades de perigo e aborrecido. Quem viu o jogo com o Benfica pensa que são duas equipas...
Limitado por alguns problemas físicos, Pedro Martins apostou em Del Valle como ponta de lança, com Ukra e Marvin nos lados. DV só funcionou quando foi para a extrema e foram dele os dois lances de maior perigo (*) e Marvin voltou aos jogos desinteressantes (arrisco-me a dizer que perdeu o lugar no onze).

Boateng na segunda parte, a ponta de lança, deu outro dinamismo ao ataque mas nunca estivemos bem - Ukra foi dos que estiveram mais em baixo,
A saída de Abalo e e passagem de Wakaso para defesa direito não teve qualquer efeito e a entrada de Luis Gustavo, com a saída de Ukra (ficando o Rio Ave com apenas dois avançados) só se percebeu se era para defender o resultado (ou a convicção do míster de que, dali, já não levávamos mais nada). Ou seja, não se percebi as substituições.

* chegámos quase 20 minutos antes do jogo e entrámos com nove minutos de atraso, tudo porque a Académica tinha uma bilheteira a funcionar para todos os interessados. Inacreditável. Por isso não vi «dois lances de muito perigo criados por Tarantini, logo nos primeiros minutos,»