4.12.25

As palavras de Selma Pereira no momento de saída do Rio Ave

 

Selma Pereira que foi despedida nos últimos dias pela SAD do Rio Ave.




10 pessoas despedidas no feriado de dia 1 de Dezembro em dia de folga (Quem e como foram informados)



Nos últimos dias, a formação da Rio Ave SAD foi palco de uma das decisões mais inesperadas e mal comunicadas dos últimos anos. Vários elementos das equipas técnicas — treinadores de guarda-redes, analistas e preparadores físicos — foram dispensados de forma abrupta, sem aviso prévio, sem enquadramento desportivo e sem qualquer estratégia comunicada para assegurar a continuidade do trabalho desenvolvido.

Após contactos feitos com alguns dos profissionais despedidos, torna-se possível perceber a dimensão destes despedimentos.


Como foi comunicada a decisão?

De acordo com os profissionais com quem falei, o processo foi tudo menos transparente.
Antes do despedimento formal, cada elemento recebeu uma chamada do diretor-geral da Academia, Jorge Freitas, apenas para dizer que iriam receber uma chamada do CEO, Ignacio Beristain, a informar a dispensa — uma espécie de “aviso prévio para o choque”.
Todos os membros que estavam a recibos verdes foram despedidos no próprio dia.
Ficaram os estagiários e os treinadores principais para já.

A comunicação oficial chegou depois, por telefone, na segunda-feira, 1 de dezembro (feriado e dia de folga), com efeito imediato. Não houve explicações, não houve reunião presencial articulada, não houve qualquer justificação desportiva.

O pedido seguinte foi simplesmente: “passem cá para tratar das coisas”. No fundo, apenas assinar a rescisão.
  • Houve técnicos principais que souberam do despedimento pela própria pessoa despedida — porque a estrutura não comunicou.

O silêncio da direção técnica

Outro dado relevante: nenhum diretor das equipas falou com os técnicos antes ou depois da dispensa.
Vários responsáveis souberam apenas depois de tudo estar consumado.

A ausência de comunicação colocou toda a formação num estado de choque, criando um ambiente de incerteza total sobre a continuidade do trabalho realizado até aqui.


A ausência notada da presidente

Na hora da dispensa, a presidente da SAD, Alexandrina Cruz, não esteve presente.
Internamente, essa ausência foi alvo de críticas e todos os visados (assim como os para já ficam), sentem e partilham que Alexandrina Cruz faltou à palavra.



Quem foi despedido?

A lista é longa e cobre praticamente todas as faixas etárias da formação:

Sub-14: Treinador de Guarda-Redes, Analista, Preparador Físico

Sub-15: Analista, Preparador Físico

Sub-16: Treinador de Guarda-Redes, Analista

Sub-17: Preparador Físico, Analista

Sub-19: Analista (e possivelmente o preparador físico, que está há menos de um mês na SAD)

3.12.25

Os despedimentos continuam, os departamentos estão a ser extintos e o clima interno está em deterioração




Nos últimos dias, o Rio Ave tem sido palco de uma vaga significativa de mudanças internas que, segundo informações recolhidas por mim, representam a maior "dispensa" na história do clube. 

Extinção e redução de postos de trabalho

As alterações atingem vários departamentos nucleares do clube, alguns deles com colaboradores de longa ligação ao Rio Ave.

Assistencial à Presidencia
  • Tal como já tive oportunidade de escrever aqui, Selma Pereira foi dispensada.


Scouting

Departamento de Marketing
  • O departamento foi/será oficialmente extinto.

  • Mantém-se apenas um colaborador, que ficará responsável por todas as funções que anteriormente eram divididas por uma equipa completa — desde ativação de marca a comunicação comercial, gestão de parceiros e ações promocionais.


Direção de Comunicação
  • Haverá uma restruturação total do departamento com a saída de pessoas "relevantes" no departamento


Formação
  • Já foram dispensados muitos Team Managers e Analistas. O processo ainda não terminou e irá terminar muito possivelmente com a dispensa de todos os Team Manager e Analistas.


O ambiente dentro do Rio Ave deteriorou-se de forma visível no último mês.
Entre os colaboradores que continuam no clube, a maioria estará a procurar saída, com exceção dos que integram diretamente o setor do futebol profissional, onde as funções se mantêm (para já) mais estáveis.

Quem já foi dispensado, diz que não existe explicação detalhada por parte da administração da SAD, na pessoa de Alexandrina Cruz..

Alguns partilham ainda que se sentem enganados pelo projeto que lhes apresentaram em 2023 e no que ele realmente se está a tornar. (não foi por falta de aviso)

Marinakis nunca veio ver um jogo do Rio Ave. Porquê?

A SAD do Rio Ave distingue-se de todas as outras que existem em Portugal de diversas formas. 

Porque não tem jogadores portugueses, porque é a única que faz parte de um verdadeiro projeto multiclube ou porque tem uma presidente que é também a Presidente do clube (minoritário). 

Já sabemos tudo isso. 

Mas também há algo de inovador no facto de o proprietário nunca ter assistido a um jogo do Rio Ave. 

E não me venham com a questão dos eventuais castigos ou incompatibilidades da UEFA pelo multiclube, quando é o próprio a falar do assunto. 

Imagine o leitor que é um empresário português do setor hoteleiro e comprou um hotel, por exemplo, na Grécia. Passaram quase dois anos e ainda não foi à Grécia ver como hotel funciona, a qualidade do serviço, os serviços que presta, o que é preciso melhorar, etc? 

Ainda por cima, nestes dois anos, o raio do hotel só dá prejuízo, mas o nosso investidor/leitor não sai de Portugal. 

Que tal seria, senhor empresário?

(Eu não gosto de SADs mas, por aquilo que vejo, a do Famalicão é a que tem melhores práticas. Aqui vemos o investidor ao lado do presidente da SAD)
 

1.12.25

Fim-de-semana positivo para a formação rioavista, apesar de um percalço




Chegou ao fim mais um fim-de-semana de competição para as camadas jovens do Rio Ave FC, com resultados distintos, mas que deixam sinais importantes sobre o momento de cada equipa.

Sub-15: Derrota pesada e contas mais complicadas

Os Sub-15 deslocaram-se ao terreno do Vitória SC e acabaram por sair derrotados por 5-0. Um resultado duro, que complica as aspirações da equipa nesta fase da temporada.
Com esta derrota, o Rio Ave fica agora a cinco pontos dos lugares de acesso à série dos campeões, quando faltam apenas quatro jornadas para disputar.
O apuramento ainda é matematicamente possível, mas o caminho ficou mais estreito e obriga a uma reta final praticamente perfeita.


Sub-17: Resposta de grande nível frente ao líder invicto

Depois de duas derrotas consecutivas, os Sub-17 deram uma resposta categórica. Receberam o FC Porto, líder do campeonato e que até então somava zero derrotas na prova, e venceram com mérito, recuperando confiança e ambição.
Com este triunfo, o Rio Ave volta a entrar em posição de apuramento para a fase de campeão.


Sub-19: Terceira vitória consecutiva e vantagem reforçada

Os Sub-19 continuam o seu excelente momento no campeonato. Somaram a terceira vitória consecutiva, desta vez frente ao Paços de Ferreira.
Era um confronto direto — o Rio Ave entrou em campo com apenas dois pontos de vantagem sobre o adversário — mas saiu dele com a distância ampliada para cinco pontos.
A equipa consolida assim a sua posição nos lugares de acesso à fase de campeão e demonstra consistência num momento decisivo da temporada.

30.11.25

(1-1 com o Santa Clara) Isto é o máximo que esta equipa consegue dar?

Sotiris parece perdido no seu labirinto tático. Ora são três centrais e dois avançados, para depois serem dois centrais e três avançados, já não falando do meio campo.

A equipa não tem uma identidade, uma filosofia de jogo. É 'mete no André Luiz, que ele resolve'.

Hoje o melhor central esteve no banco (Brabec) e o pior foi titular (Abbey).

Não entendo.

Hoje voltamos a jogar com três médios, mas está mais do que visto que Ntoi, apenas a destruir, é pouco. Pohlmann faz o que sempre fez. Bom toque, mas futebol não é futsal.

Não há entre os 29 do plantel e entre os sub23, um extremo que seja alternativa a Spikic?

Não estou nada otimista com o que aí vem.

Hoje jogámos bem 20 minutos da primeira parte (dos 15 aos 35 minutos), mas o Santa Clara, não sendo muito melhor, esteve mais perto de marcar na segunda metade. 

Salvou-se o pontinho. 

 Sotiris parece perdido no seu labirinto tático e os jogadores não sabem como sair dali...


 

27.11.25

O Novo Edifício do Topo Norte: qual é a sua opinião?

 

O Reis do Ave tem divulgado, desde o mês passado, várias imagens/vídeos que mostram a evolução das obras no topo norte do Estádio do Rio Ave.

As imagens que se seguem representam o estado atual da construção (fotografias tiradas no início desta semana).

Qual é a sua opinião sobre o edifício que está a nascer no topo norte do Estádio dos Arcos e que irá servir de “albergue” para toda a estrutura do futebol profissional?








Vídeo do estado das obras em Outubro: clicar aqui

Vídeo do estado das obras em Novembro: clicar aqui


Medina, 2 jogos para o campeonato em ano e meio, nunca titular

Houve lesões (falo no plural, esta notícia é de março), mas certamente os problemas físicos* não explicam na íntegra a frustração que tem sido a contratação de Tobias Medina.

Recordo que, já com Marinakis a desembolsar, foi dos jogadores mais caros no verão de 2024: 1,2 M€ pelo passe, mais cerca de 300 mil euros por objetivos, sendo que os argentinos ficaram ainda com dez ou vinte por cento da mais-valia de uma futura transferência.  

Há 10 anos, quando o Rio Ave andava pelos lugares de cima e disputava uma prova europeia, nunca um jogador seria comprado por este valor (a não ser que tivesse o dedo de Mendes, tipo Fabinho ou Filipe Augusto...),

Nestes quase 27 meses que leva em Vila do Conde, Medina fez quatro jogos na época 24-25 (apenas um para o campeonato e a suplente) e mais um esta época (entrou aos 75 minutos em Moreira de Cónegos).

Ultimamente tem jogado pelas sub23, fez os dois últimos jogos a titular, mas nunca cumpriu os 90 minutos. Também jogou uns minutos no último jogo-treino com o Felgueiras.

Ou seja, em 27 meses, não foi uma vez opção para o onze, ainda por cima numa equipa sem extremos. Custa-me a crer que não faça melhor do que Spikic.

O que se passa? Não seria melhor ser emprestado em janeiro para relançar a carreira? Vai fazer 22 anos, o tempo passa... Tem mais dois anos de contrato e, continuando em Vila do Conde, dificilmente será potenciado como ativo.  

(* como é sabido, o Rio Ave raramente divulga informação sobre lesões no plantel)
 

26.11.25

Mais um processo contra a SAD: agora é a IconikMarathon a exigir pagamento




A lista de ações judiciais contra a Rio Ave Futebol Clube – Futebol SAD voltou a aumentar. Deu entrada um novo processo, desta vez movido pela IconikMarathon, empresa responsável por material publicitário, que reclama uma indemnização no valor de 12.040,22 euros.

Este processo surge no seguimento de uma série de litígios que têm vindo a ser apresentados por diferentes entidades que alegam incumprimentos financeiros da SAD. A IconikMarathon junta-se agora a esse conjunto, reivindicando judicialmente valores que, segundo a empresa, não foram pagos pelos serviços prestados.

Embora ainda não sejam conhecidos os detalhes específicos do contrato ou da origem do litígio, o facto é que mais um fornecedor recorre ao tribunal para assegurar o recebimento do seu trabalho. Este caso reforça a tendência recente: a SAD do Rio Ave continua a acumular disputas judiciais relacionadas com pagamentos em atraso, levantando questões sobre a gestão corrente e a capacidade de honrar compromissos assumidos.

25.11.25

Taça de Portugal: Rio Ave (feminino) conheceu adversário da 4.ª eliminatória



Realizou-se hoje o sorteio da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal Feminina, e a sorte sorriu às nossas séniores femininas. O Rio Ave FC vai defrontar o Feirense, equipa que atualmente milita na Terceira Divisão Nacional.

Num sorteio que poderia ter ditado adversários bem mais complicados, este emparelhamento acaba por ser particularmente favorável para nós.

23.11.25

Sub-19 do Rio Ave somam segunda vitória seguida e entram em zona de apuramento

 



A equipa de Sub-19 do Rio Ave voltou a somar três pontos, desta vez na difícil deslocação ao terreno do Vitória SC, vencendo por 0-2.

Moreira abriu o marcador e Jair confirmou o triunfo com o segundo golo, garantindo uma vitória importante.

Com este resultado, o Rio Ave atinge a sua segunda vitória consecutiva no campeonato e sobe ao 4.º lugar da tabela classificativa — a última posição que dá acesso à fase de apuramento de campeão. 




Rio Ave (Futsal) conquista vitória categórica em Braga (1-4)




O Rio Ave assinou este fim de semana uma das exibições mais sólidas da temporada, impondo-se de forma clara no terreno do Braga por 1-4. Apesar do resultado final expressivo, o jogo começou favorável à equipa minhota.

O Braga entrou melhor e adiantou-se no marcador aos 18 minutos, por intermédio de Bebé. A vantagem, porém, durou muito pouco. No lance seguinte, o Rio Ave respondeu de forma imediata e eficaz: Moreira (guarda redes) surgiu no coração da área para colocar o marcador novamente empatado.

O Rio ave não tirou o pé do acelerador e, já perto do intervalo, completou a reviravolta. Na marca dos nove metros, Tiago Cruz mostrou toda a frieza necessária e fez o 1-2, levando o Rio Ave a recolher para o descanso em vantagem.

Na segunda parte, o Braga tentou reagir e dispôs de alguns momentos de perigo, mas a falta de acerto acabou por custar caro. À medida que o cronómetro avançava, a tensão crescia, e os bracarenses acabaram por arriscar no 5x4 nos minutos finais, na tentativa de recuperar o resultado.

O risco, no entanto, abriu espaços que o Rio Ave soube aproveitar com maturidade. Aos 38 minutos, Tiago Torres fez o 1-3, aumentando o conforto no marcador. Já em cima do apito final, Peixinho colocou o ponto final no jogo ao assinar o 1-4.

Com este resultado, subimos ao quinto lugar, com os mesmo pontos que o quarto classificado.



21.11.25

"...que eu não pago!"

A escolha da Presidente do Rio Ave FC para, em simultâneo, ser a presidente da SAD dividiu opiniões no universo Rioavista: houve aqueles que viram sobretudo problemas (como eu) e os que acharam que seria benéfico ter a mesma pessoa nos dois lugares.

Pois bem, em face das inúmeras notícias (esta ou esta, por exemplo) envolvendo dívidas reclamadas por fornecedores/colaboradores da SAD, Alexandrina Cruz tem aqui um primeiro(e importante) teste.

Como já se escreveu, a Presidente, como qualquer Rioavista, sentir-se-á certamente incomodada com a sucessão de casos que já deram entrada na justiça.  

Se conseguir resolver o problema (no fundo, é preciso convencer Lina Souloukou, que depois convence Marinakis), dará razão aos que defenderam que era a pessoa certa para desempenhar o lugar. 

E o Rio Ave FC agradece não ser arrastado para mais calotes...

 

 

 

 


  

20.11.25

Paragem de 22 dias: faz sentido para quem já está fora da Taça?




O Rio Ave disputou o seu último jogo oficial a 8 de Novembro e só voltará a competir no dia 30 do mesmo mês.

São 22 dias sem qualquer jogo oficial.
Quase um mês parado. Quase um mês sem ritmo competitivo.


As razões desta longa interrupção são conhecidas:
  1. Pausa internacional para jogos das seleções.
  2. Paragem do campeonato devido à 4.ª Eliminatória da Taça de Portugal.

Até aqui, tudo normal. O que já não é tão normal é a forma como estas pausas afetam — e penalizam — as equipas que já foram eliminadas da Taça de Portugal.

É verdade que o Rio Ave não joga este fim de semana por culpa própria, fruto da eliminação precoce frente ao Sintrense. Mas mesmo reconhecendo isso, continua a ser legítimo questionar: faz sentido uma paragem tão longa para quem já está fora da prova?

Na minha opinião, não faz.

Esta pausa excessiva parece mais um erro de organização do que uma necessidade real.
Facilmente a FPF poderia distribuir os jogos da Taça ao longo da semanas.

Jogos a meio da semana não são novidade nenhuma — aliás, são prática comum na maioria das ligas europeias. E assim, evitava-se uma paragem que prejudica quem já está fragilizado: os clubes eliminados, que ficam semanas sem competir e entram novamente em campo sem ritmo e sem continuidade.

Num futebol que exige cada vez mais planeamento, competitividade e rigor, estas pausas alargadas parecem tudo menos uma solução eficiente.

19.11.25

Dinis Ramos: um símbolo que nos devolve o orgulho de ver “os nossos” no Rio Ave




Durante muitos anos, era natural vermos nas camadas jovens do Rio Ave rostos familiares: miúdos de Vila do Conde que cresceram a sonhar com o clube, que davam os primeiros toques na bola no antigo pelado ou no pavilhão, que vestiam a nossa camisola antes mesmo de saberem o peso que ela representava. E, de quando em vez, alguns desses jovens chegavam às equipas seniores — no futebol, no futsal — formando uma identidade muito própria, uma ligação emocional que nos orgulhava.

Com o tempo, essa realidade mudou.
Hoje, cada vez menos atletas da nossa terra representam o clube, sobretudo no futebol, tendência que se acentuou nos últimos dois anos com a entrada da SAD. A verdade é que o “desaparecimento” de jogadores formados localmente é evidente. Tornou-se raro encontrar alguém nos quadros do clube que tenha crescido connosco, estudado connosco, jogado connosco.

É por isso que a afirmação de Dinis Ramos na equipa sénior de futsal ganha ainda mais significado.

Não se trata apenas de um jogador que está a fazer uma excelente época.
Trata-se de um símbolo. De alguém que devolve ao Rio Ave uma parte da sua essência.

O Dinis, juntamente com os regressos do Tiago e do Gustavo, representa o que muitos adeptos sentem falta: jogadores da casa, formados na nossa realidade (ainda que parte no Caxinas), que conhecem a cidade, que sentem o clube e que sempre fizeram parte da nossa história.

Mesmo com a chegada de um reforço bem cotado para o seu lugar — Peixinho — o Dinis não se intimidou. Fez exatamente aquilo que se espera de quem tem orgulho em vestir esta camisola:
trabalhou, lutou pelo lugar e conquistou-o em campo.

E tem justificado cada minuto.
Os números falam por si: 4 golos em 8 jogos de campeonato, mas mais do que isso, exibições de enorme qualidade, intensidade e compromisso.

Confesso que me dá um prazer especial vê-lo jogar.
Vê-lo ali, de verde e branco, faz-nos reviver outros tempos do clube, quando a ligação entre jogadores, cidade e adeptos era mais forte, mais autêntica, mais nossa.

Não sei o que o futuro lhe reserva — é jovem, tem apenas 27 anos, e é natural que sonhe com voos maiores. É legítimo. Mas enquanto estiver aqui, que seja valorizado. Que tenha o reconhecimento que merece. E, pessoalmente, não escondo que gostaria de o ver um dia assumir a braçadeira de capitão. Ainda que o Pedro desempenhe essa função com competência, o Dinis tem aquilo que não se treina: identidade rioavista e sangue vilacondense.

Que continue a dar-nos orgulho.
E que continue a lembrar-nos que o Rio Ave também se faz dos nossos.

18.11.25

Mais dois processos judiciais: já são 7 no último mês

No início deste mês dei conta da entrada de mais 5 processos judiciais contra a Rio Ave SAD.

Deste então, dei conta da entrada de mais dois processos no mês passado.


1. Cdt - Equipamentos Desportivos, Lda. (Empresa que presta serviços personalizados que possibilita desenhar e desenvolver um equipamento e/ou uma linha de vestuário exclusivos a cada clube.)

  • Valor reclamado: 5 185,01 €




2. Visionware - Sistemas de Informação (Empresa que disponibiliza ferramentas para enfrentar os riscos diários e atuais da cibersegurança)

  • Valor reclamado: 50 573,40 €





Esta situação compromete gravemente o bom nome e a credibilidade do Rio Ave FC.

Que a Presidente da SAD pouco se importe com a reputação do clube não me choca.

Que a Presidente do Clube não exija que situações destas não se continuem a acumular, já tenho alguma dificuldade em compreender.




17.11.25

Futsal: trabalho, investimento (grande) e mérito




A equipa de futsal do Rio Ave FC voltou a somar mais uma vitória este fim de semana, ao bater o Torrense por 4-1, num jogo sólido, competente e que espelha bem o crescimento da equipa ao longo da temporada.

Com este triunfo, o Rio Ave chega aos 13 pontos e ocupa agora o 6.º lugar do campeonato, posição que, a manter-se, garante presença no playoff de apuramento de campeão.

No início da época escrevi que o clube apresentava um orçamento que permitia ambicionar uma classificação intermédia. No entanto, no desporto, o investimento financeiro só se transforma em resultados quando há trabalho, estratégia e competência. E a verdade é que a equipa tem demonstrado exatamente isso: compromisso, evolução e qualidade dentro de campo.

A aposta realizada para esta temporada não se limitou ao reforço do plantel. Os sócios também têm acompanhado a equipa e temos visto cada vez mais sócios a assistir aos jogos da equipa.

Se este trajeto continuar, o Rio Ave não só garantirá a manutenção como poderá mesmo surpreender na fase decisiva do campeonato (porque não acreditar numa surpresa depois da fase regular?).

Parabéns à equipa e a todos os que têm trabalhado para que o futsal do Rio Ave seja, hoje, uma das boas surpresas da temporada.

14.11.25

Ainda os reforços: análise aos 11 desta época

Dos 48, há 11 reforços (Omar não conta, é um regresso, mas incluí Lomboto) para esta época.

Apenas dois têm sido titulares indiscutíveis (Nikos e Brabec), o que diz muita coisa.

Outros já tiveram oportunidade e, do meu ponto de vista, não confirmaram (Liavas, Spikic, Gual).

Outros não jogaram (Pastor, Lobato) ou jogaram pouco (Papakanellos, Chamorro, Moreira e Nikitscher - este último caso é estranho).

Nota final para Lomboto: já foi titular e cumpriu. Merece mais oportunidades (para mim, é melhor do que Petrasso). 

Em resumo: dos 11, destacam-se Brabec e Lomboto. Nikos é uma jogador mediano, esforçado, mas já tivemos laterais muito melhores. Alguma coisa falhou na preparação da época.

Termino lembrando que, em Famalicão, a equipa jogou em reforços, apenas com Lomboto. 


 

 

Reforços época 25-26

Nikos Athanasiou 

Antonis Papakanellos 

Kevin Chamorro 

Marc Gual 

 Georgios Liavas

Dario Spikic 

Rafael Lobato 

Eric Moreira  

Alfonso Pastor 

 Lomboto

Tamás Nikitscher 

Jakub Brabec  

 

13.11.25

Três portugueses jogaram hoje pelo Rio Ave

 ... calma, foi num jogo treino!😇

Além do 'desaparecido' João Tomé, João Graça também foi titular. 

A estes juntou-se Francisco Brás, dos sub23.

Aliás, este particular com o Paços de Ferreira (adivinhem o resultado? Empate, claro) serviu para Sotiris ver jogadores menos utilizados.

Dos habitualmente titulares, jogaram Panzo e Vrousai (mas a ala esquerdo). Lomboto, Abbey e Liavas também estiveram, no onze, onde se destaca a presença do extremo Medina (que aliás marcou o primeiro golo; o outro foi de Panzo - Gual não aproveitou a oportunidade).

Rio Ave mais uma vez com 3 médios (Nikitscher, Liavas, João Graça) e dois avançados (os já citados Gual e Medina, aqui na foto)

 


Onze: Alfonso Pastor, João Tomé, Lomboto, Panzo, Nelson Abbey, Vrousai, Nikitscher, Liavas, João Graça, Toto Medina e Marc Gual

Jogaram ainda: Miszta, Nikos, Brabec, Ntoi, Aguilera, Etienne Michut, Ferati, Francisco Brás (estes três dos sub23), Olinho e Clayton.

 

 

Uma equipa e um “forte” que já não é o mesmo




Ao fim de 11 jornadas, o Rio Ave soma 12 pontos.

É um número que, por si só, não seria dramático — mas que, olhando mais de perto, revela uma tendência preocupante.

Somos a equipa com mais empates no campeonato, e isso tem um preço: menos vitórias.
Apenas duas equipas — o último e o penúltimo classificados — venceram menos jogos do que nós, e há outras tantas com o mesmo número de vitórias.
Por outro lado, estamos a meio da tabela no que toca a derrotas sofridas, o que mostra uma equipa que perde pouco… mas também ganha pouco



Em casa, o “Forte dos Arcos” perdeu força
Durante anos, jogar nos Arcos era sinónimo de vantagem.
Hoje, já não é.
Temos menos pontos conquistados em casa (5) do que fora (7), mesmo tendo realizado mais um jogo fora.
A notar ainda:
  • Sofremos mais golos em casa do que fora,
  • Marcamos menos golos em casa do que fora.
Os números são frios, mas dizem tudo: à data de hoje, o Rio Ave perdeu a sua fortaleza (algo que obviamente pode mudar ao longo do campeonato).


Quando atacar depende de quatro nomes
Ofensivamente, a equipa tem dependido de um número reduzido de jogadores.
Até agora, apenas quatro atletas marcaram golos no campeonato:
  • Clayton (7)
  • André Luiz (4)
  • Spikic (2)
  • Vroussai (1)

Ou seja, 14 golos divididos entre quatro nomes — e dois deles com o peso quase total da produção ofensiva.


Entre os que marcam e os que sofrem
No cômputo geral, somos a 5.ª equipa com mais golos sofridos no campeonato, a par do Alverca.
Ao mesmo tempo, estamos a meio da tabela das equipas com mais golos marcados.
O equilíbrio não existe: o ataque disfarça, a defesa compromete.


A fotografia histórica
Para contextualizar, aqui ficam os pontos do Rio Ave à 11.ª jornada nas últimas dez temporadas (exceto 21/22, em que estávamos na II Liga):


Ou seja: nas últimas dez temporadas, apenas tivemos menos pontos uma vez — no ano da descida.
Nessa altura, tínhamos apenas menos um ponto do que agora.
O paralelismo pode não ser justo, mas os números não mentem. No entanto, sinceramente acho que o desfecho não será o mesmo.


Um início que sabe a pouco
Chegados aqui, posso dizer sem rodeios: este início de temporada é uma desilusão para mim.
Quando és a quinta equipa do campeonato com maior orçamento — pelo segundo ano consecutivo —, é legítimo esperar melhor classificação e sobretudo melhor futebol.

Não estamos ainda no ponto de alarme de 2020/21, mas a sensação é parecida: uma equipa que parece adormecida e sem rumo definido.
Dos 11 reforços contratados no verão, apenas dois (Brabec e Nikos) são presença regular no onze.
Isso, por si só, mostra que o mercado foi mal planeado — ou que quem o planificou e quem o executa (treinador) não estão em sintonia.


Descontentamento crescente
O descontentamento dos sócios é hoje mais evidente do que nunca.
Não apenas porque os resultados são curtos, mas porque muitos sentem que a entrada da SAD não trouxe qualquer melhoria desportiva visível.
E quando até o “forte dos Arcos” deixa de o ser, o sentimento agrava-se.

Sim, é verdade que o Rio Ave teve mérito nas vitórias frente ao Tondela e ao Estrela — jogos que valem ouro no contexto em que estamos —, mas sejamos claros:
sem esses seis pontos (frente a duas das quatro piores equipas do campeonato), estaríamos mergulhados num cenário bem mais preocupante.


A reflexão necessária
Um clube com um orçamento a rondar os 30 milhões de euros, o quinto maior da Liga, devia neste momento mostrar muito mais — em jogo, em ambição e em resultados.
Os dados são factuais, a análise é inevitável:
o Rio Ave 25/26 está muito aquém do que devia estar.

12.11.25

A solução e o problema chamado André Luiz






Há jogadores que carregam uma equipa às costas. No Rio Ave, esse papel tem nome e número: André Luiz.
É ele a solução… e, paradoxalmente, parte do problema.

No momento ofensivo, André Luiz é quase sempre o único capaz de desequilibrar, a criar lances de perigo. Quando o Rio Ave ataca, é ele quem aparece. Quando a equipa precisa de uma jogada diferente, é nele que tudo começa. E quando surgem os raros momentos de ameaça real, normalmente há um denominador comum: a bola passou pelos pés de André Luiz.

Mas aquilo que o torna essencial é também aquilo que expõe uma fragilidade coletiva preocupante.

O Rio Ave depende demasiado de André Luiz. Tão dependente que, ofensivamente, o jogo se torna previsível: quase todas as jogadas procuram o mesmo destino. E no futebol, previsibilidade é sinónimo de problema. As equipas adversárias já sabem perfeitamente onde vai nascer o perigo e, por isso, ajustam-se.
A marcação duplica. A pressão aumenta. A agressividade sobe. E André Luiz passa a ter de lutar não só contra os defesas, mas também contra o sistema que o obriga a ser o início todas as investidas ofensivas.

O resultado é simples:
  1. O Rio Ave ataca maioritáriamente da mesma forma, e com o mesmo protagonista.
  2. Os adversários anulam-no com mais facilidade, porque sabem exatamente o que esperar.
  3. E André Luiz, sobrecarregado e isolado, começa a sentir na pele a fadiga de ser o único ponto de luz num ataque cada vez mais previsível.
Por isso, André Luiz é simultaneamente solução e problema.
Solução, porque é o único que dá vida ao ataque.
Problema, porque a equipa não tem alternativas que dividam responsabilidades, confundam adversários ou libertem o próprio André Luiz para brilhar com mais espaço.

O Rio Ave precisa urgentemente de criar um modelo ofensivo que não dependa exclusivamente dele. Não para o substituir — porque esse não é o ponto — mas para o potenciar, para que deixe de ser um farol solitário e passe a ser a peça mais brilhante de um ataque coletivo, variado e imprevisível.

Enquanto isso não acontecer, André Luiz continuará a ser aquilo que é hoje:
a solução que resolve… e o problema que expõe tudo o resto.

11.11.25

7 bons jogadores na lista de 48

Dos 48 jogadores contratados/pagos pela SAD, para mim são estes os bons (ordem alfabética):

André Luiz

Brabec

Clayton (o melhor de todos)

Ntoi

Miszta

Tiknaz

Vrousai

Sete jogadores, apenas. Talvez isto explique as dificuldades desportivas que o Rio Ave tem tido e continua a ter nas últimas épocas. Mas, visto de outra forma, seis deles estão atualmente no onze. Esperava-se melhor.

Ao fim deste tempo ainda mantenho dúvidas sobre Aguilera e Panzo e não vi Lobato jogar nem vi o suficiente de Medina e Eric Moreira para ter uma ideia definitiva. João Teixeira ainda poderia fazer a diferença no atual meio campo. Até porque, tirando Tiknaz, não há um centro-campista nesta lista de sete. Guga seria um fora de série neste plantel...

E também quero lembrar que Aziz regressou em janeiro de 2024, já no período de contagem.


 (lista dos 48 jogadores aqui)

 

 

10.11.25

Mais processos judiciais contra a Rio Ave SAD: a conta continua a crescer




A cada mês que passa, a lista de processos judiciais contra a Rio Ave SAD continua a aumentar — e, infelizmente, já não é surpresa para ninguém. O que antes parecia ser um conjunto de casos isolados transformou-se numa tendência preocupante, que continua a levantar questões sobre a forma como a SAD está a cumprir (ou não cumprir) as suas obrigações. (Ver aqui lista de processos instaurados só este ano)

Nos últimos meses foram registados cinco novos processos no Tribunal Judicial da Comarca do Porto, todos movidos contra a Rio Ave SAD, e que se juntam aos que já tínhamos noticiado anteriormente.

1. L.A.R.S., Unipessoal Lda (Empresa dedicada à decoração de recintos desportivos.Montagens de todo o tipo de publicidade.)
  • Valor reclamado: 21 245,10 €



2. Maria Lúcia Soares Vieira (Treinadora demitida o ano passado das séniores femininas)
  • Valor reclamado: 9 960,50€



3. Shire Sports – Lda (três processos distintos) - (intermediária de jogadoras do feminino e do nosso treinador)
  • Os três valores reclamados: 2 741,66€ + 1 265,42€ + 1673,88€



Mesmo sabendo que Clube e SAD são entidades juridicamente distintas, a imagem pública é sempre partilhada.
Quando a SAD acumula processos, quem sofre também é o bom nome do Rio Ave, a credibilidade do projeto e a confiança dos parceiros.

9.11.25

(1-1 em Alverca). Um ponto, dentro da mediania

As estatísticas dizem-nos que o Rio Ave teve uma oportunidade de golo, contra 3 do Alverca, e que Chamorro Miszta fez 4 defesas, contra 3 do outro guarda-redes. O Alverca também teve mais remates.

Já se sabe que os números valem o que valem, mas estes não (nos) enganam. O Alverca foi mais consistente durante o jogo (57% de posse) e o Rio Ave viu-se a espaços, sobretudo na primeira parte, entre os 20 e os 40 minutos, quando marcou.

Depois foi aguentar e, desta vez, correu bem. O empate aceita-se, mas a haver um vencedor nunca seria a nossa equipa. O Alverca pareceu-me uma equipa com poucos argumentos, a viver sobretudo da vontade. 

Sotiris prometeu, antes do jogo, "uma resposta forte" e, mais uma vez, as bem intencionadas palavras do míster não passaram disso. Depois do desastre frente ao Estoril, a exibição foi diferente, sem ser boa. Sotiris voltou a mexer no meio campo, tirando Spikic (nem se notou...) e reforçando o setor intermediário com mais um (Ntoi, Aguilera e Pohlmann). Dos três centrais é que o treinador não abdica, a não ser quando é obrigado.

Por falar em centrais, grande exibição de Brabec, um autêntico 112, que só não chegou (por falta de altura) no momento do golo do adversário. Vroussai também esteve em bom plano e foi o melhor, para mim. Lomboto saiu do onze (porquê? estava a jogar bem) para o regresso de Petrasso.

Em resumo: correu bem. Mas, já se sabe, se o principal argumento é que correu bem, alguma coisa pode ser diferente na jornada seguinte.

Recetividade fraca por parte dos adeptos à iniciativa da Direção de oferecer a viagem. Mas não faltou apoio.
 

6.11.25

48 jogadores contratados em dois anos

Como foi explicado pela Presidente há um ano, a Rah Sports começou a emprestar dinheiro ao Rio Ave ainda a SAD não tinha sido formalizada. Ou seja, os reforços que vieram em janeiro de 2024 já foram pagos pelo investidor e, em muitos casos, já tiveram o dedo-Marinakis (foi nessa altura que veio Vrousai, por exemplo).

Daí até agora (ou seja, quase dois anos) foram contratados 48 jogadores para a equipa principal, o que dá mais de 4 equipas completas. Muitos saíram, como é evidente, sendo disso exemplo os 10 que vieram precisamente em janeiro de 2024: só continuam Miszta e Vrousai (mais Hélder Sá e Rehmi, que continuam na lista dos sub23, mas nunca jogaram por esta equipa; Sá tem contrato até 2028!).

Por outro lado, dos jogadores que estavam no plantel até essa data, restam João Graça e Lomboto, embora com percursos diferentes.

Num próximo texto vou analisar com mais detalhe os 48 nomes, mas acho que todos concordam, a começar pelo próprio Marinakis, que são demasiados jogadores, o que significa demasiados ordenados e prémios de assinatura. Má gestão desportiva.

Mais uma vez: a conta bancária da Rah Sports interessa-me pouco, o que analiso é a relação custo-benefício desportivo. 

(lista dos 48 jogadores aqui)

Omar Richards é, para mim, a maior desilusão destes dois anos, se tivermos em conta que tem "currículo assinalável com experiência no Reading, Bayern de Munique, Olympiacos e Nottingham Forest. Somou jogos em grandes competições internacionais como a Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência, tendo ganho esta última pelo Olympiacos, em 23/24. Pelos alemães do Bayern conquistou o campeonato e a supertaça germânica e foi internacional sub21 pela Inglaterra". Recorde-se que no final da época passada saiu e voltou por empréstimo já com o campeonato em andamento.


5.11.25

Entre o que se constrói e o que não se diz




Deu como exemplo a apresentação do Masterplan:

“Haja ou não dúvidas sobre o que vai ser feito, é um enriquecimento do património do Clube e melhores condições para adeptos e atletas. São boas (excelentes, mesmo) notícias, portanto.”


Concordo com o João. E podia acrescentar outro exemplo: a equipa sénior de futebol jogou no sábado, saiu uma crónica sobre o jogo — com meia dúzia de linhas e uma “análise” que pouco refletia o que se passou em campo — e desde então, silêncio absoluto. Hoje é dia 5. Quatro dias depois, e o clube continua sem comunicar mais nada.

Mas deixemos o futebol e foquemo-nos no Masterplan.

Por que motivo o clube não elucida melhor os sócios sobre o que está a ser feito?
No último jogo nos Arcos, muitos se depararam com o avanço da construção junto ao estádio. Nas bancadas, ouviam-se comentários (irónicos) de adeptos que acreditavam tratar-se dos novos armazéns da Câmara Municipal, tal é o aspeto metálico e inacabado da estrutura neste momento.




Acredito — e espero — que se trate de uma construção modular e que a aparência final nada terá a ver com o que hoje se vê.
Mas este episódio ilustra bem o ponto: se o clube comunicasse de forma clara, cuidada e próxima, estas conversas nem sequer existiriam.

Comunicar também é construir.
E quando não se explica o que se está a fazer, abre-se espaço à especulação, à desinformação e à distância entre o clube e os seus sócios.

4.11.25

Desculpem, mas nem num clube do futebol concelhio

Se faltava uma prova ou se alguém ainda duvidasse do amadorismo que caracteriza a estratégia de comunicação da Rio Ave SAD, a recente notícia do Record sobre as obras em curso e a realizar no futuro é o argumento final.

Como é sabido, embora sem prazos nem custos, foi apresentado aos sócios, na última AG, o projeto que inclui novos relvados, um novo edifício de apoio ao futebol profissional (em andamento) e que culminará com a nova bancada.

Haja ou não dúvidas sobre o que vai ser feito, é um enriquecemento do património do Clube e melhores condições para adeptos e atletas. São boas (excelentes, mesmo) notícias, portanto.

Acontece que para poder dar esta informação o Record teve de citar o Reis do Ave. Não faz qualquer sentido. E também por isso, a restante comunicação social optou por não noticiar - e assim perderam os adeptos do Rio Ave, a quem a nossa informação não chegou e que seriam muitos mais se tem sido a SAD a fazê-lo.

Nós temos o nosso papel, e agradecemos a referência, mas, mais uma vez, cabe à SAD fazê-lo. É preciso dizê-lo sem receios: uma situação como esta está ao nível de um clube do campeonato concelhio.

PS - a primeira vez que este plano foi revelado aos sócios foi na AG de junho. Por não terem sido dados detalhes ou informações suficientes, um grupo de sócios pediu à Direção uma reunião de esclarecimento, que aconteceu em agosto. Já eu, se mandasse, fazia deste plano de obras uma bandeira e divulgava-o o mais possível.


Selma Pereira dispensada por Alexandrina Cruz


A Rio Ave SAD volta a ser palco de mais um episódio inesperado na sua gestão interna. Desta vez, a presidente Alexandrina Cruz decidiu dispensar Selma Pereira, profissional que integrava a estrutura executiva do clube há mais de nove anos — primeiro na Rio Ave SDUC e, mais recentemente, na SAD, onde desempenhava funções de elevada responsabilidade.

Segundo o seu perfil profissional, Selma Pereira era Chief of Staff desde junho de 2024, depois de cinco anos como Planning and External Relations Manager, para além de ter desempenhado funções de Public Relations / Personal Assistant desde 2016. Um percurso consistente, longo e que a colocava numa posição de grande proximidade com os órgãos de decisão da SAD.


Na prática, tratava-se de alguém que:
  • Prestava apoio direto à Presidência e ao Board.
  • Participava na implementação da estratégia do clube.
  • Organizava reuniões executivas e eventos institucionais.
  • Fazia a ponte com entidades oficiais e stakeholders.
  • Elaborava documentos estratégicos, relatórios e apresentações.

Para além disso, trazia consigo oito anos de experiência na Federação Portuguesa de Futebol como Content Writer/Press Officer, algo que reforçava o seu perfil técnico e comunicacional.

Os últimos meses têm sido marcados por episódios semelhantes a estes: saídas inesperadas de elementos chave no funcionamento executivo.

Dispensar alguém reconhecido pela sua competência, experiência e ligação direta ao Board — como é Selma Pereira — apenas reforça a sensação de instabilidade que muitos adeptos já percepcionam.

E segundo consta, reina agora a cultura do "quero posso e mando" e "ou estás comigo, ou estás contra mim."

3.11.25

Sotiris ao lado





Depois do jogo com o Estrela, parecia que Sotiris tinha finalmente encontrado o caminho. Ao intervalo, mexeu bem — trocou a linha de cinco por uma de quatro, ajustou o meio-campo e a equipa ganhou vida. O resultado virou, o jogo mudou e ficou a sensação de que o treinador tinha aprendido a lição.

Mas bastou uma semana para tudo voltar ao mesmo. Frente ao Estoril, regressou à velha fórmula: linha de cinco e ainda acrescentou apenas dois médios de cariz defensivo — Ntoi e Liavas — que, convenhamos, pouco ou nada acrescentam na construção. Resultado? Meio-campo entregue de bandeja ao adversário.

Quando todos viam uma equipa perdida e sem rumo, Sotiris manteve-se imóvel. Nem uma alteração ao intervalo, nem um sinal de leitura de jogo. E como se não bastasse, ainda teve a infeliz ideia de colocar Marc Gual, um avançado puro, a jogar no meio-campo.

É caso para dizer: é Sotiris ao lado.

Ainda a AG da semana passada: aquilo de que não se falou

O Reis do Ave já contou aquilo que de mais importante aconteceu na Assembleia Geral Ordinária, da semana passada. Por razões de saúde, tive de faltar. E por isso só posso falar do que não aconteceu. 
E o que não aconteceu foi que, pela primeira vez, quebrando uma tradição que o então presidente da Assembleia Geral (que saudades...) impusera à Direção, não houve informações sobre as contas da SAD (antes SDUQ).
Apenas ficámos a saber que há 19 milhões de euros de prejuízo e que, segundo a Presidente, isso resulta de investimentos em obras e no plantel (o acionista poderia ter vendido alguns jogadores, mas preferiu manter a qualidade da equipa, foi dito). *

Esta falta de informação surpreendeu-me.
Primeiro porque, até agora, sempre foi ponto de honra da então vice presidente e agora Presidente trazer informação da 'nossa participada', em nome da transparência. Veja-se o nível de detalhe que nos foi dado há um ano. Instruções de Atenas?
Segundo, porque as informações respeitantes à época 24/25 da Rio Ave SAD, existem algures e poderão ser públicas, se soubermos/pudermos lá chegar.
Terceiro porque, acho que já todos aprendemos, 'esconder' serve quem?

Sem outras informações, resta juntarmos os mais de 5 milhoes de direitos televisivos aos 19 e concluir que a SAD teve pelo 24 milhões de euros de faturação (há um ano, na AG, falou-se em 26 milhões). Se Marinakis gastou, vá lá, 2 milhões (os números são relativos relativos à época 24/25, recorde-se) em obras, isso quer dizer que pelo menos 22 foram para o futebol (números por baixo, insisto).

Também poderá ter havido redução do passivo e isso seria uma boa notícia. Que não nos foi dada.
 
Sobre o orçamento para o futebol, havendo uma parte que é passes de jogadores (os de André Luiz e Clayton foram adquiridos em 24/25, parcial ou totalmente pagos), a parte principal do bolo é ordenados. E aí voltam as questões da qualidade do investimento versus os resultados alcançados.

* AC disse: 

- houve a opção de investir e não vender, para manter a competitividade desportiva;

- O investidor tem musculo financeiro [para aguentar] e isso é positivo;

-  ele não quer ir embora, está cá para ficar;

- é provável que continuemos a ter exercícios financeiros negativos na SAD, mesmo com a venda de ativos; 

Empate ao cair do pano (futsal)



O Rio Ave FC recebeu este fim de semana o Famalicão em mais um jogo da Primeira Divisão de Futsal, que terminou com um emocionante empate a cinco golos (5-5).

Num encontro equilibrado, o Rio acabou por permitir que o adversário igualasse o resultado já na reta final.

Os golos do Rio Ave foram apontados por Rúben Góis (2 golos), Pedro Rodrigues, Peixinho e ainda um autogolo.

O destaque individual vai para Dinis Ramos, para mim o melhor em campo.