25.12.25

Mais um despedimento e desta vez do "núcleo duro" da SAD - durou apenas 5 meses

 


Ignacio Beristain, contratado pela SAD do Rio Ave em julho de 2025 para exercer funções como CEO, foi despedido e deixará oficialmente o clube no final deste mês.

Aquando da sua apresentação pública, Beristain foi anunciado como “administrador executivo do Conselho de Administração”, uma designação que lhe atribuía um papel central na estrutura diretiva da SAD. No entanto, apesar do anúncio, nunca constou oficialmente como administrador do Conselho de Administração da SAD do Rio Ave, ficando pouco claro o enquadramento efetivo das suas funções ao longo do seu curto percurso em Vila do Conde.

A saída de Ignacio Beristain surge poucos meses após a sua entrada, levantando naturalmente questões sobre a estabilidade da estrutura executiva da SAD e sobre a estratégia definida para a liderança do clube.

A SAD para já não comunicou a sua saída mas o Reis do Ave sabe que a decisão já está tomada.



(anuncio publicado no site do Rio Ave no momento da sua apresentação)

21.12.25

(2-2 em Barcelos) Acabou por correr bem

Em duas linhas: na primeira parte fomos completamente dominados e até parecia, em certos momentos, um massacre. 15 remates deles contra 1, nosso. Golo. Na segunda equilibrámos mais e até podiamos ter vencido. Seria injusto. A haver um vencedor seria o Gil Vicente.

Outras notas:

- Que diferença sem Vroussai, João Tomé é um jogador tecnicamente limitado.

- Brabec voltou ao onze, o melhor dos cinco defesas.

- André Luiz está a valorizar-se muito e vai dar muito dinheiro aos Marinakis.

- Clayton viu amarelo em circunstâncias curiosas. Terá sido estratégia para ter o jogador em pleno no próximo jogo em casa?

- Golo bem anulado ao Gil Vicente.


 

19.12.25

Jorge Karseladze: Para que servem estes empréstimos?



Depois de mais uma época dececionante dos sub-23, lembrei-me de ir ver o que é feito do Karseladze.

Nas últimas duas temporadas, o Rio Ave tem apostado de forma em colocar vários dos seus jovens jogadores a rodar noutros clubes. Em teoria, é uma estratégia lógica: mais minutos, mais experiência, mais crescimento. Na prática, porém, a realidade tem estado longe de ser tão positiva. Muitos desses empréstimos acabam por não gerar o retorno esperado — nem para o jogador, nem para o clube.

Este fim de semana, dei por mim a verificar como estava a correr a passagem de Jorge Karseladze pela Académica. O jovem georgiano, um dos poucos jogadores contratados ou profissionalizados já durante a presidência de Alexandrina Cruz, chegou a Coimbra com a expectativa de ganhar minutos e evoluir numa Liga 3 competitiva.
Mas os números falam por si: apenas cinco jogos realizados para o campeonato, com duas titularidades, e numa delas acabou substituído ao intervalo.

Isto dificilmente pode ser considerado um empréstimo proveitoso. Para um jogador jovem, em fase decisiva de crescimento, o fundamental é jogar. Rodar. Sentir competição regular. E isso simplesmente não está a acontecer.

A pergunta torna-se inevitável:
não teria sido mais útil permanecer nos Sub-23 do Rio Ave, onde teria garantidos minutos, continuidade e um plano de evolução ajustado à sua realidade?

Os empréstimos só fazem sentido quando o destino oferece condições reais para o jogador crescer. Quando isso não acontece, estamos perante uma oportunidade desperdiçada — e, no limite, um prejuízo para o desenvolvimento de talento que tanto trabalho dá formar.

O caso Karseladze é apenas mais um exemplo que reforça a necessidade de o Rio Ave repensar, com critério e rigor, a forma como gere os seus empréstimos. Porque, para um jovem, jogar pouco é sempre pior do que jogar “apenas” nos Sub-23. E porque, no final, o clube precisa de transformar o potencial em valor — dentro de campo e como ativo.

18.12.25

Liga pede à SAD para dar mais informações sobre "obrigações contributivas e tributárias"

 A Liga de Clubes emitiu hoje uma nota sobre o "Controlo salarial de dezembro" em que afirma que "32 Sociedades Desportivas comprovaram inexistência de dívidas".

Duas sociedades são destacadas, e não é por bons motivos: o Portimonense, que não pagou os salários, e o Rio Ave que "foi também notificada para, igualmente no prazo de 15 dias, complementar a informação já apresentada, relativamente a obrigações contributivas e tributárias".

Sem outras informações, que a SAD não dá, não será muito especulativo que possa ter a ver com a dispensa de colaboradores, que estarão a fazer falta na parte burocrática.

Mas continua a ser aflitivo ver o nome do Rio Ave arrastado desta forma...


 

 

 

O silêncio dos profetas

(esta imagem foi gerada por IA)


No dia 1 de dezembro, o Rio Ave acordou com uma ronda abrupta de despedimentos. Um daqueles momentos que, pela sua dimensão e impacto humano, institucional e desportivo, exigiriam explicações claras, rostos visíveis e responsabilidade assumida. Estamos hoje a 18 de dezembro e, apesar de o clube e a SAD terem sido notícia durante dias — quase sempre pelos piores motivos —, o que tivemos foi… silêncio.

Silêncio esse protagonizado, desde logo, pela Presidente Alexandrina Cruz, que tratou de “remarcar” a sua agenda de forma quase cirúrgica para não aparecer em público nos primeiros dez dias após os despedimentos. Passadas mais de duas semanas, continuamos sem qualquer esclarecimento, sem uma palavra dirigida aos sócios, aos adeptos ou aos próprios trabalhadores afetados.

Mas este silêncio não se resume à presidência.

Onde estão agora os profetas da mensagem?

O profeta que era escritor, desapareceu subitamente. Durante dias, rigorosamente nada foi publicado sobre os despedimentos, como se o tema fosse irrelevante ou, pior ainda, inconveniente. Só mais tarde, e com enorme zelo seletivo, surgiu algo a “reforçar” um bom resultado desportivo, convenientemente isolado no meio de um contexto global claramente negativo.

Também os adeptos mais fervorosos, que assumem com orgulho o papel de guardiões da mensagem “cristã” — e sim, o “a” é propositado — optaram pelo recolhimento. Nenhuma palavra sobre despedimentos, nenhuma indignação pública, nenhuma defesa dos trabalhadores do clube. Certamente reaparecerão quando a Presidente voltar a surgir numa capa da Forbes ou numa cerimónia qualquer, porque, aí sim, a fé renova-se.

E, depois, há um último grupo de profetas. Aqueles que pertenciam aos quadros do clube. Esses deixaram de o ser — não por opção, mas por dispensa. Curiosamente, deixaram também de acreditar. Afinal, quando a “deusa” deixa de proteger os seus a devoção transforma-se rapidamente em revolta.

Perante tudo isto, a pergunta impõe-se, simples e direta:

Alguém esperaria algo diferente?

A história recente do Rio Ave tem mostrado que quando as marés estão calmas, há presença, cerimónias e discursos inspiradores. Quando a tempestade chega, sobra o silêncio. E os profetas… esses aprendem rapidamente quando falar, quando desaparecer e quando voltar a acreditar.