Mário Almeida encerra 'O melhor de sempre'

«Esta iniciativa do Reis do Ave justificou a minha contínua atenção e merece o aplauso de todos aqueles que gostam do Rio Ave FC. Integrando este alargado grupo de vilacondenses, aqui registo o meu apreço pessoal pelo trabalho desenvolvido e, na qualidade de presidente da Assembleia-Geral, o reconhecimento por este magnífico serviço prestado ao nosso Clube.

A significativa adesão de associados e simpatizantes que responderam ao desafio é elucidativa. E creio mesmo que não terão sido muitos mais pela natural dificuldade em escolher três entre tantos bons atletas que serviram, com empenho e brilho, o nosso Rio Ave FC.

Até porque, e bem, o objectivo era seleccionar “o melhor jogador da história do Rio Ave FC”, pesando somente o que fizeram com a camisola verde-branca e não considerando aquilo que possam ter feito antes ou depois a representar outros clubes.

Com uma votação tão expressa seria naturalmente de esperar um resultado justo, como sinceramente acho que aconteceu. Quim Vitorino foi efectivamente o maior, senhor de uma técnica apuradíssima e com um querer inquebrantável, qualidades simbolizadas naquele espectacular golo contra o Benfica em que driblou uma série de adversários numa arrancada imparável e no esforçado golo no Estádio do Varzim (que mais parecia uma piscina, tanta foi a chuva) que antecedeu a meia-final com o Guimarães e a final com o FC Porto na Taça de Portugal. Dibo foi o mais virtuoso jogador do Rio Ave FC, possuidor de uma técnica invulgar e com rasgos de um predestinado como foi aquele momento no Estádio do Varzim quando chamou o defesa adversário (que o tinha massacrado com faltas) para o deixar sentado na relva e fazer o golo. Fábio Coentrão é um portento do futebol português que nasceu no nosso Clube e que aqui se fez jogador e homem, detentor de qualidades que hoje o colocam no patamar dos melhores do mundo e que é alguém que soube crescer, tendo sido avaliado pelo bom que cá fez e não pelo muito bom que tem agora feito no Benfica.

Mas é bom ver, na classificação final, que a gente do Rio Ave FC não esqueceu o valor e a dedicação do Niquinha, a classe do Isaías, o faro pelo golo do N´habola, a acutilância do Gama, a alma e a capacidade do “velho” capitão Duarte, a rapidez de Pires, a codícia do Chico Faria, o “foguete” que era Jaime Graça, a veia goleadora de João Tomás, a classe do Paquito, o incrível Sérgio China e a qualidade do nosso Miguelito, isto só para referir os quinze primeiros.

Mas não resisto a enumerar outros, como foram o categorizado Alfredo, o mago Ricardo Nascimento, o fogoso Fangueiro, o inesquecível Paulinho Santos, o exemplo Carlos Brito, a classe do Evandro. E só não destaco outros por serem tantos aqueles que me vão ocorrendo quando vou puxando pela memória…

É que são seis décadas que tenho de vivência do nosso Rio Ave FC, quando, ainda de calções, acompanhava o meu saudoso pai, director do Clube, a treinos e aos jogos de domingo (de reservas às 13 horas e da equipa principal às 15 horas) no antigo Campo da Avenida. E que ouvia distinguir a classe do vilacondense Neca Freitas (que depois foi para o FC Porto), a rapidez do Lizarda, o valor do Rodrigo e, mais tarde, na década de 50, a vinda dos primeiros estrangeiros para o nosso Clube, ambos espanhóis, o guarda-redes Montero e o avançado Saura, bem como, mais tarde, o superdotado Gomes (Pirica). Já agora uma referência especial para alguns vilacondenses, por nascimento ou adopção, com indiscutível valor como Emanuel, Peu, Luís Saura, Bragança, Zé Gomes, André Vilas Boas e Fábio Faria.

Hoje, há que reconhecer, temos também jogadores que integrarão futuramente a história do Rio Ave e que, porventura, também se distinguirão a nível nacional e internacional. Sabendo eles o apreço que lhes dedico, com quem partilho mesmo o balneário, distingo, pela raça, valor e juventude, o caxineiro Vítor Gomes.

Parabéns ao Reis do Ave e nomeadamente ao associado João Paulo Meneses. Já que o seu objectivo foi claramente conseguido ao ajudar a dinamizar a relação entre o Clube e os seus adeptos/sócios e contribuir para criar uma identidade, valorizando a nossa história.

Viva o Rio Ave FC»