14.11.25

Ainda os reforços: análise aos 11 desta época

Dos 48, há 11 reforços (Omar não conta, é um regresso, mas incluí Lomboto) para esta época.

Apenas dois têm sido titulares indiscutíveis (Nikos e Brabec), o que diz muita coisa.

Outros já tiveram oportunidade e, do meu ponto de vista, não confirmaram (Liavas, Spikic, Gual).

Outros não jogaram (Pastor, Lobato) ou jogaram pouco (Papakanellos, Chamorro, Moreira e Nikitscher - este último caso é estranho).

Nota final para Lomboto: já foi titular e cumpriu. Merece mais oportunidades (para mim, é melhor do que Petrasso). 

Em resumo: dos 11, destacam-se Brabec e Lomboto. Nikos é uma jogador mediano, esforçado, mas já tivemos laterais muito melhores. Alguma coisa falhou na preparação da época.

Termino lembrando que, em Famalicão, a equipa jogou em reforços, apenas com Lomboto. 


 

 

Reforços época 25-26

Nikos Athanasiou 

Antonis Papakanellos 

Kevin Chamorro 

Marc Gual 

 Georgios Liavas

Dario Spikic 

Rafael Lobato 

Eric Moreira  

Alfonso Pastor 

 Lomboto

Tamás Nikitscher 

Jakub Brabec  

 

13.11.25

Três portugueses jogaram hoje pelo Rio Ave

 ... calma, foi num jogo treino!😇

Além do 'desaparecido' João Tomé, João Graça também foi titular. 

A estes juntou-se Francisco Brás, dos sub23.

Aliás, este particular com o Paços de Ferreira (adivinhem o resultado? Empate, claro) serviu para Sotiris ver jogadores menos utilizados.

Dos habitualmente titulares, jogaram Panzo e Vrousai (mas a ala esquerdo). Lomboto, Abbey e Liavas também estiveram, no onze, onde se destaca a presença do extremo Medina (que aliás marcou o primeiro golo; o outro foi de Panzo - Gual não aproveitou a oportunidade).

Rio Ave mais uma vez com 3 médios (Nikitscher, Liavas, João Graça) e dois avançados (os já citados Gual e Medina, aqui na foto)

 


Onze: Alfonso Pastor, João Tomé, Lomboto, Panzo, Nelson Abbey, Vrousai, Nikitscher, Liavas, João Graça, Toto Medina e Marc Gual

Jogaram ainda: Miszta, Nikos, Brabec, Ntoi, Aguilera, Etienne Michut, Ferati, Francisco Brás (estes três dos sub23), Olinho e Clayton.

 

 

Uma equipa e um “forte” que já não é o mesmo




Ao fim de 11 jornadas, o Rio Ave soma 12 pontos.

É um número que, por si só, não seria dramático — mas que, olhando mais de perto, revela uma tendência preocupante.

Somos a equipa com mais empates no campeonato, e isso tem um preço: menos vitórias.
Apenas duas equipas — o último e o penúltimo classificados — venceram menos jogos do que nós, e há outras tantas com o mesmo número de vitórias.
Por outro lado, estamos a meio da tabela no que toca a derrotas sofridas, o que mostra uma equipa que perde pouco… mas também ganha pouco



Em casa, o “Forte dos Arcos” perdeu força
Durante anos, jogar nos Arcos era sinónimo de vantagem.
Hoje, já não é.
Temos menos pontos conquistados em casa (5) do que fora (7), mesmo tendo realizado mais um jogo fora.
A notar ainda:
  • Sofremos mais golos em casa do que fora,
  • Marcamos menos golos em casa do que fora.
Os números são frios, mas dizem tudo: à data de hoje, o Rio Ave perdeu a sua fortaleza (algo que obviamente pode mudar ao longo do campeonato).


Quando atacar depende de quatro nomes
Ofensivamente, a equipa tem dependido de um número reduzido de jogadores.
Até agora, apenas quatro atletas marcaram golos no campeonato:
  • Clayton (7)
  • André Luiz (4)
  • Spikic (2)
  • Vroussai (1)

Ou seja, 14 golos divididos entre quatro nomes — e dois deles com o peso quase total da produção ofensiva.


Entre os que marcam e os que sofrem
No cômputo geral, somos a 5.ª equipa com mais golos sofridos no campeonato, a par do Alverca.
Ao mesmo tempo, estamos a meio da tabela das equipas com mais golos marcados.
O equilíbrio não existe: o ataque disfarça, a defesa compromete.


A fotografia histórica
Para contextualizar, aqui ficam os pontos do Rio Ave à 11.ª jornada nas últimas dez temporadas (exceto 21/22, em que estávamos na II Liga):


Ou seja: nas últimas dez temporadas, apenas tivemos menos pontos uma vez — no ano da descida.
Nessa altura, tínhamos apenas menos um ponto do que agora.
O paralelismo pode não ser justo, mas os números não mentem. No entanto, sinceramente acho que o desfecho não será o mesmo.


Um início que sabe a pouco
Chegados aqui, posso dizer sem rodeios: este início de temporada é uma desilusão para mim.
Quando és a quinta equipa do campeonato com maior orçamento — pelo segundo ano consecutivo —, é legítimo esperar melhor classificação e sobretudo melhor futebol.

Não estamos ainda no ponto de alarme de 2020/21, mas a sensação é parecida: uma equipa que parece adormecida e sem rumo definido.
Dos 11 reforços contratados no verão, apenas dois (Brabec e Nikos) são presença regular no onze.
Isso, por si só, mostra que o mercado foi mal planeado — ou que quem o planificou e quem o executa (treinador) não estão em sintonia.


Descontentamento crescente
O descontentamento dos sócios é hoje mais evidente do que nunca.
Não apenas porque os resultados são curtos, mas porque muitos sentem que a entrada da SAD não trouxe qualquer melhoria desportiva visível.
E quando até o “forte dos Arcos” deixa de o ser, o sentimento agrava-se.

Sim, é verdade que o Rio Ave teve mérito nas vitórias frente ao Tondela e ao Estrela — jogos que valem ouro no contexto em que estamos —, mas sejamos claros:
sem esses seis pontos (frente a duas das quatro piores equipas do campeonato), estaríamos mergulhados num cenário bem mais preocupante.


A reflexão necessária
Um clube com um orçamento a rondar os 30 milhões de euros, o quinto maior da Liga, devia neste momento mostrar muito mais — em jogo, em ambição e em resultados.
Os dados são factuais, a análise é inevitável:
o Rio Ave 25/26 está muito aquém do que devia estar.

12.11.25

A solução e o problema chamado André Luiz






Há jogadores que carregam uma equipa às costas. No Rio Ave, esse papel tem nome e número: André Luiz.
É ele a solução… e, paradoxalmente, parte do problema.

No momento ofensivo, André Luiz é quase sempre o único capaz de desequilibrar, a criar lances de perigo. Quando o Rio Ave ataca, é ele quem aparece. Quando a equipa precisa de uma jogada diferente, é nele que tudo começa. E quando surgem os raros momentos de ameaça real, normalmente há um denominador comum: a bola passou pelos pés de André Luiz.

Mas aquilo que o torna essencial é também aquilo que expõe uma fragilidade coletiva preocupante.

O Rio Ave depende demasiado de André Luiz. Tão dependente que, ofensivamente, o jogo se torna previsível: quase todas as jogadas procuram o mesmo destino. E no futebol, previsibilidade é sinónimo de problema. As equipas adversárias já sabem perfeitamente onde vai nascer o perigo e, por isso, ajustam-se.
A marcação duplica. A pressão aumenta. A agressividade sobe. E André Luiz passa a ter de lutar não só contra os defesas, mas também contra o sistema que o obriga a ser o início todas as investidas ofensivas.

O resultado é simples:
  1. O Rio Ave ataca maioritáriamente da mesma forma, e com o mesmo protagonista.
  2. Os adversários anulam-no com mais facilidade, porque sabem exatamente o que esperar.
  3. E André Luiz, sobrecarregado e isolado, começa a sentir na pele a fadiga de ser o único ponto de luz num ataque cada vez mais previsível.
Por isso, André Luiz é simultaneamente solução e problema.
Solução, porque é o único que dá vida ao ataque.
Problema, porque a equipa não tem alternativas que dividam responsabilidades, confundam adversários ou libertem o próprio André Luiz para brilhar com mais espaço.

O Rio Ave precisa urgentemente de criar um modelo ofensivo que não dependa exclusivamente dele. Não para o substituir — porque esse não é o ponto — mas para o potenciar, para que deixe de ser um farol solitário e passe a ser a peça mais brilhante de um ataque coletivo, variado e imprevisível.

Enquanto isso não acontecer, André Luiz continuará a ser aquilo que é hoje:
a solução que resolve… e o problema que expõe tudo o resto.

11.11.25

7 bons jogadores na lista de 48

Dos 48 jogadores contratados/pagos pela SAD, para mim são estes os bons (ordem alfabética):

André Luiz

Brabec

Clayton (o melhor de todos)

Ntoi

Miszta

Tiknaz

Vrousai

Sete jogadores, apenas. Talvez isto explique as dificuldades desportivas que o Rio Ave tem tido e continua a ter nas últimas épocas. Mas, visto de outra forma, seis deles estão atualmente no onze. Esperava-se melhor.

Ao fim deste tempo ainda mantenho dúvidas sobre Aguilera e Panzo e não vi Lobato jogar nem vi o suficiente de Medina e Eric Moreira para ter uma ideia definitiva. João Teixeira ainda poderia fazer a diferença no atual meio campo. Até porque, tirando Tiknaz, não há um centro-campista nesta lista de sete. Guga seria um fora de série neste plantel...

E também quero lembrar que Aziz regressou em janeiro de 2024, já no período de contagem.


 (lista dos 48 jogadores aqui)

 

 

10.11.25

Mais processos judiciais contra a Rio Ave SAD: a conta continua a crescer




A cada mês que passa, a lista de processos judiciais contra a Rio Ave SAD continua a aumentar — e, infelizmente, já não é surpresa para ninguém. O que antes parecia ser um conjunto de casos isolados transformou-se numa tendência preocupante, que continua a levantar questões sobre a forma como a SAD está a cumprir (ou não cumprir) as suas obrigações. (Ver aqui lista de processos instaurados só este ano)

Nos últimos meses foram registados cinco novos processos no Tribunal Judicial da Comarca do Porto, todos movidos contra a Rio Ave SAD, e que se juntam aos que já tínhamos noticiado anteriormente.

1. L.A.R.S., Unipessoal Lda (Empresa dedicada à decoração de recintos desportivos.Montagens de todo o tipo de publicidade.)
  • Valor reclamado: 21 245,10 €



2. Maria Lúcia Soares Vieira (Treinadora demitida o ano passado das séniores femininas)
  • Valor reclamado: 9 960,50€



3. Shire Sports – Lda (três processos distintos) - (intermediária de jogadoras do feminino e do nosso treinador)
  • Os três valores reclamados: 2 741,66€ + 1 265,42€ + 1673,88€



Mesmo sabendo que Clube e SAD são entidades juridicamente distintas, a imagem pública é sempre partilhada.
Quando a SAD acumula processos, quem sofre também é o bom nome do Rio Ave, a credibilidade do projeto e a confiança dos parceiros.

9.11.25

(1-1 em Alverca). Um ponto, dentro da mediania

As estatísticas dizem-nos que o Rio Ave teve uma oportunidade de golo, contra 3 do Alverca, e que Chamorro Miszta fez 4 defesas, contra 3 do outro guarda-redes. O Alverca também teve mais remates.

Já se sabe que os números valem o que valem, mas estes não (nos) enganam. O Alverca foi mais consistente durante o jogo (57% de posse) e o Rio Ave viu-se a espaços, sobretudo na primeira parte, entre os 20 e os 40 minutos, quando marcou.

Depois foi aguentar e, desta vez, correu bem. O empate aceita-se, mas a haver um vencedor nunca seria a nossa equipa. O Alverca pareceu-me uma equipa com poucos argumentos, a viver sobretudo da vontade. 

Sotiris prometeu, antes do jogo, "uma resposta forte" e, mais uma vez, as bem intencionadas palavras do míster não passaram disso. Depois do desastre frente ao Estoril, a exibição foi diferente, sem ser boa. Sotiris voltou a mexer no meio campo, tirando Spikic (nem se notou...) e reforçando o setor intermediário com mais um (Ntoi, Aguilera e Pohlmann). Dos três centrais é que o treinador não abdica, a não ser quando é obrigado.

Por falar em centrais, grande exibição de Brabec, um autêntico 112, que só não chegou (por falta de altura) no momento do golo do adversário. Vroussai também esteve em bom plano e foi o melhor, para mim. Lomboto saiu do onze (porquê? estava a jogar bem) para o regresso de Petrasso.

Em resumo: correu bem. Mas, já se sabe, se o principal argumento é que correu bem, alguma coisa pode ser diferente na jornada seguinte.

Recetividade fraca por parte dos adeptos à iniciativa da Direção de oferecer a viagem. Mas não faltou apoio.
 

6.11.25

48 jogadores contratados em dois anos

Como foi explicado pela Presidente há um ano, a Rah Sports começou a emprestar dinheiro ao Rio Ave ainda a SAD não tinha sido formalizada. Ou seja, os reforços que vieram em janeiro de 2024 já foram pagos pelo investidor e, em muitos casos, já tiveram o dedo-Marinakis (foi nessa altura que veio Vrousai, por exemplo).

Daí até agora (ou seja, quase dois anos) foram contratados 48 jogadores para a equipa principal, o que dá mais de 4 equipas completas. Muitos saíram, como é evidente, sendo disso exemplo os 10 que vieram precisamente em janeiro de 2024: só continuam Miszta e Vrousai (mais Hélder Sá e Rehmi, que continuam na lista dos sub23, mas nunca jogaram por esta equipa; Sá tem contrato até 2028!).

Por outro lado, dos jogadores que estavam no plantel até essa data, restam João Graça e Lomboto, embora com percursos diferentes.

Num próximo texto vou analisar com mais detalhe os 48 nomes, mas acho que todos concordam, a começar pelo próprio Marinakis, que são demasiados jogadores, o que significa demasiados ordenados e prémios de assinatura. Má gestão desportiva.

Mais uma vez: a conta bancária da Rah Sports interessa-me pouco, o que analiso é a relação custo-benefício desportivo. 

(lista dos 48 jogadores aqui)

Omar Richards é, para mim, a maior desilusão destes dois anos, se tivermos em conta que tem "currículo assinalável com experiência no Reading, Bayern de Munique, Olympiacos e Nottingham Forest. Somou jogos em grandes competições internacionais como a Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência, tendo ganho esta última pelo Olympiacos, em 23/24. Pelos alemães do Bayern conquistou o campeonato e a supertaça germânica e foi internacional sub21 pela Inglaterra". Recorde-se que no final da época passada saiu e voltou por empréstimo já com o campeonato em andamento.


5.11.25

Entre o que se constrói e o que não se diz




Deu como exemplo a apresentação do Masterplan:

“Haja ou não dúvidas sobre o que vai ser feito, é um enriquecimento do património do Clube e melhores condições para adeptos e atletas. São boas (excelentes, mesmo) notícias, portanto.”


Concordo com o João. E podia acrescentar outro exemplo: a equipa sénior de futebol jogou no sábado, saiu uma crónica sobre o jogo — com meia dúzia de linhas e uma “análise” que pouco refletia o que se passou em campo — e desde então, silêncio absoluto. Hoje é dia 5. Quatro dias depois, e o clube continua sem comunicar mais nada.

Mas deixemos o futebol e foquemo-nos no Masterplan.

Por que motivo o clube não elucida melhor os sócios sobre o que está a ser feito?
No último jogo nos Arcos, muitos se depararam com o avanço da construção junto ao estádio. Nas bancadas, ouviam-se comentários (irónicos) de adeptos que acreditavam tratar-se dos novos armazéns da Câmara Municipal, tal é o aspeto metálico e inacabado da estrutura neste momento.




Acredito — e espero — que se trate de uma construção modular e que a aparência final nada terá a ver com o que hoje se vê.
Mas este episódio ilustra bem o ponto: se o clube comunicasse de forma clara, cuidada e próxima, estas conversas nem sequer existiriam.

Comunicar também é construir.
E quando não se explica o que se está a fazer, abre-se espaço à especulação, à desinformação e à distância entre o clube e os seus sócios.

4.11.25

Desculpem, mas nem num clube do futebol concelhio

Se faltava uma prova ou se alguém ainda duvidasse do amadorismo que caracteriza a estratégia de comunicação da Rio Ave SAD, a recente notícia do Record sobre as obras em curso e a realizar no futuro é o argumento final.

Como é sabido, embora sem prazos nem custos, foi apresentado aos sócios, na última AG, o projeto que inclui novos relvados, um novo edifício de apoio ao futebol profissional (em andamento) e que culminará com a nova bancada.

Haja ou não dúvidas sobre o que vai ser feito, é um enriquecemento do património do Clube e melhores condições para adeptos e atletas. São boas (excelentes, mesmo) notícias, portanto.

Acontece que para poder dar esta informação o Record teve de citar o Reis do Ave. Não faz qualquer sentido. E também por isso, a restante comunicação social optou por não noticiar - e assim perderam os adeptos do Rio Ave, a quem a nossa informação não chegou e que seriam muitos mais se tem sido a SAD a fazê-lo.

Nós temos o nosso papel, e agradecemos a referência, mas, mais uma vez, cabe à SAD fazê-lo. É preciso dizê-lo sem receios: uma situação como esta está ao nível de um clube do campeonato concelhio.

PS - a primeira vez que este plano foi revelado aos sócios foi na AG de junho. Por não terem sido dados detalhes ou informações suficientes, um grupo de sócios pediu à Direção uma reunião de esclarecimento, que aconteceu em agosto. Já eu, se mandasse, fazia deste plano de obras uma bandeira e divulgava-o o mais possível.


3.11.25

Sotiris ao lado





Depois do jogo com o Estrela, parecia que Sotiris tinha finalmente encontrado o caminho. Ao intervalo, mexeu bem — trocou a linha de cinco por uma de quatro, ajustou o meio-campo e a equipa ganhou vida. O resultado virou, o jogo mudou e ficou a sensação de que o treinador tinha aprendido a lição.

Mas bastou uma semana para tudo voltar ao mesmo. Frente ao Estoril, regressou à velha fórmula: linha de cinco e ainda acrescentou apenas dois médios de cariz defensivo — Ntoi e Liavas — que, convenhamos, pouco ou nada acrescentam na construção. Resultado? Meio-campo entregue de bandeja ao adversário.

Quando todos viam uma equipa perdida e sem rumo, Sotiris manteve-se imóvel. Nem uma alteração ao intervalo, nem um sinal de leitura de jogo. E como se não bastasse, ainda teve a infeliz ideia de colocar Marc Gual, um avançado puro, a jogar no meio-campo.

É caso para dizer: é Sotiris ao lado.

Ainda a AG da semana passada: aquilo de que não se falou

O Reis do Ave já contou aquilo que de mais importante aconteceu na Assembleia Geral Ordinária, da semana passada. Por razões de saúde, tive de faltar. E por isso só posso falar do que não aconteceu. 
E o que não aconteceu foi que, pela primeira vez, quebrando uma tradição que o então presidente da Assembleia Geral (que saudades...) impusera à Direção, não houve informações sobre as contas da SAD (antes SDUQ).
Apenas ficámos a saber que há 19 milhões de euros de prejuízo e que, segundo a Presidente, isso resulta de investimentos em obras e no plantel (o acionista poderia ter vendido alguns jogadores, mas preferiu manter a qualidade da equipa, foi dito). *

Esta falta de informação surpreendeu-me.
Primeiro porque, até agora, sempre foi ponto de honra da então vice presidente e agora Presidente trazer informação da 'nossa participada', em nome da transparência. Veja-se o nível de detalhe que nos foi dado há um ano. Instruções de Atenas?
Segundo, porque as informações respeitantes à época 24/25 da Rio Ave SAD, existem algures e poderão ser públicas, se soubermos/pudermos lá chegar.
Terceiro porque, acho que já todos aprendemos, 'esconder' serve quem?

Sem outras informações, resta juntarmos os mais de 5 milhoes de direitos televisivos aos 19 e concluir que a SAD teve pelo 24 milhões de euros de faturação (há um ano, na AG, falou-se em 26 milhões). Se Marinakis gastou, vá lá, 2 milhões (os números são relativos relativos à época 24/25, recorde-se) em obras, isso quer dizer que pelo menos 22 foram para o futebol (números por baixo, insisto).

Também poderá ter havido redução do passivo e isso seria uma boa notícia. Que não nos foi dada.
 
Sobre o orçamento para o futebol, havendo uma parte que é passes de jogadores (os de André Luiz e Clayton foram adquiridos em 24/25, parcial ou totalmente pagos), a parte principal do bolo é ordenados. E aí voltam as questões da qualidade do investimento versus os resultados alcançados.

* AC disse: 

- houve a opção de investir e não vender, para manter a competitividade desportiva;

- O investidor tem musculo financeiro [para aguentar] e isso é positivo;

-  ele não quer ir embora, está cá para ficar;

- é provável que continuemos a ter exercícios financeiros negativos na SAD, mesmo com a venda de ativos; 

Empate ao cair do pano (futsal)



O Rio Ave FC recebeu este fim de semana o Famalicão em mais um jogo da Primeira Divisão de Futsal, que terminou com um emocionante empate a cinco golos (5-5).

Num encontro equilibrado, o Rio acabou por permitir que o adversário igualasse o resultado já na reta final.

Os golos do Rio Ave foram apontados por Rúben Góis (2 golos), Pedro Rodrigues, Peixinho e ainda um autogolo.

O destaque individual vai para Dinis Ramos, para mim o melhor em campo.

2.11.25

(0-4 com o Estoril) Sotiris: quantos pedidos de desculpas mais? (ATUAL.)

Após a derrota frente ao Sintrense, da quarta divisão, o treinador pediu desculpas. Todos elogiaram.

10 dias depois, após a humilhante derrota e nula exibição de ontem, frente ao Estoril, Sotiris voltou a pedir desculpas.

A minha pergunta é, para o treinador e para o seu patrão: quantas vezes mais Sotiris terá de pedir desculpas para se perceber que não há mais condições? Insisto. Para o próprio, que me parece uma pessoa muito decente, e para o patrão. 

Ontem, mais do que em Sintra, Sotiris esteve realmente mal.

- voltou, frente a um adversário pior classificado do que nós, a jogar com três centrais;

- juntou mais dois médios defensivos e apresentou-se (há muitos anos que não via uma coisa destas no onze inicial na nossa equipa) sem qualquer médio mais avançado ou criativo (Aguilera, Pohlmann, Graça no banco).

- após a expulsão, manteve tudo como estava (estava mesmo a ver-se que era preciso dar mais criatividade ao meio campo);

- pior, e para mim incompreensível: já a perder por 2-0, regressa do intervalo sem substituições, mas cinco minutos depois chama dois jogadores. O que é que mudou em cinco minutos? Que plano tinha que se esfumou em cinco minutos? Os jogadores também interpretam o jogo e percebem que alguma coisa não está bem com as ideias do treinador. 

- até final, foram mais algumas opções erradas, como a saída de Lombotto (provavelmente o melhor em campo) ou a entrada de Gual para médio!

- Para terminar da pior forma, após o apito final, Sotiris saiu para os balneários, deixando os jogadores sozinhos em campo. Ou saem todos, e explicam-se no fim, ou ficam todos. Claramente uma opção infeliz do treinador grego.

Em resumo, o melhor do jogo? O resultado. Podiam ter sido seis ou sete. E o guarda-redes do Estoril sem uma defesa em 90 minutos.

 PS - lembram-se do Rio Ave - Nacional da segunda jornada? O Nacional teve um jogador expulso aos 40 minutos, mas na segunda parte nunca deixou de procurar o empate, que conseguiu. Eles tiveram a atitude que o Rio Ave ontem nunca teve.


 Atualizado a 7/11/25: ""Compreendo totalmente os adeptos. Foi justo que estivessem descontentes, porque o jogo não foi bom e o resultado foi pesado. Sinto essa responsabilidade e peço desculpa. Mas acredito que temos de manter a união, dentro e fora do balneário. Só juntos conseguimos ultrapassar momentos difíceis". Terceira vez?

 

"Sintrense" dá 4 ao Rio Ave nos Arcos






Ontem saí do jogo frente ao Estoril com a sensação de estar a reviver o Sintrense-Rio Ave.
A mesma apatia, a mesma falta de ideias, o mesmo vazio dentro de campo.

O Rio Ave foi praticamente inexistente durante os 90 minutos. Não produziu nada ofensivamente e mostrou uma vez mais as mesmas fragilidades que têm marcado esta temporada: uma equipa sem alma, sem criatividade e sem fio de jogo.

A única nota positiva vai mesmo para Lombotto, que aproveitou bem a oportunidade. Com Panzo castigado, o jovem central pode ser chamada para ocupar aquela posiçao e mostrando qualidade também possa agarrar um lugar no onze.

Agora, com a pausa do campeonato à porta (depois do Alverca), fica a pergunta inevitável: será este o momento ideal para mudar o rumo?
Sotiris parece ter esgotado a paciência de muitos adeptos e, mais preocupante ainda, parece ter perdido a da própria equipa. Talvez a paragem da próxima semana seja, de facto, o momento certo para virar a página.

31.10.25

A minha declaração do ponto 4 - sobre o caminho que o clube seguiu



(Declaração no ponto 4 - Outros assuntos de interesse)


Nos últimos anos, o Rio ave FC tem vivido um período que muitos de nós nunca imaginaríamos presenciar. Falo de um clube que sempre se orgulhou de ser dos sócios, feito por sócios, e que hoje, infelizmente, parece estar a afastar-se dessa sua essência.

Recuando ao ano de posse desta direção. O número de associados foi um tema envolto em dúvidas, muito se escreveu e por muitos foi escrito — contagens que ninguém explicou e com um processo eleitoral que, curiosamente, teve um número de votos anormalmente elevado. Em 85 anos de história, nunca se tinha visto tamanha afluência. Dúvidas se levantaram.

Mas o tempo mostrou que as desconfianças não eram infundadas. A transformação da nossa SAD foi conduzida sem debate, sem auscultação, sem transparência. A verdade é que, enquanto sócios, fomos espectadores de um processo que devia ter sido profundamente participativo. Fomos deixados de fora de uma das decisões mais estruturantes da história do Rio Ave FC. Um processo feito nas costas de quem construiu este clube com paixão, suor e amor à camisola.

E as consequências estão à vista. A transformação da SAD não foi apenas jurídica ou administrativa — foi emocional, cultural e humana. O clube mudou de rosto, mas também de alma. Foram saindo figuras com décadas de dedicação. Pessoas que deram tudo pelo Rio Ave, que sempre estiveram lá, sem holofotes, mas com uma entrega genuína. Diretores, funcionários, até presidentes-adjuntos. Foram todos substituídos, sem explicações claras, como se o passado pudesse ser varrido sem qualquer comunicação.

Entretanto, a ligação entre o clube e os seus sócios vai-se desfazendo. Basta olhar para os números de assistência nos jogos que tendem a não aumentar face ao aumento exponencial de sócios que existiu. Onde antes havia entusiasmo, há agora desinteresse. Onde antes havia orgulho, há agora resignação no final dos jogos. 

O Estádio dos Arcos, que já foi símbolo de união, está cada vez mais vazio de espírito. Os números do relatório e contas que hoje analisamos são o espelho disso mesmo — menos apoio, menos receita, menos vida.

Tudo isto acontece sob uma liderança cada vez mais centralizada, unipessoal, em que a presidente parece falar por todos. 

A direção, na prática, foi remetida para o silêncio. O clube, que devia ser plural, tornou-se uma estrutura vertical onde as decisões se tomam num gabinete e não em conjunto com quem faz o clube viver: os seus sócios e com vocês dirigentes.

E chegamos agora ao ponto mais sensível: a acumulação de cargos. A presidente do clube é também presidente da SAD. E por mais voltas que se dê, isto é, no mínimo, um enorme conflito de interesses.

Porque quem é presidente da SAD tem o dever de defender os interesses da SAD.
E quem é presidente do clube tem o dever de defender o clube.
 

Mas quando as duas cadeiras são ocupadas pela mesma pessoa, quem defende o quê?

Dou apenas alguns exemplos práticos:
Como já aconteceu inúmeras vezes no futebol nacional e internacional: Quando a SAD tem uma dívida ao clube, ou deixa de pagar uma verba que deve — quem é que cobra?

Será que é Alexandrina Cruz, presidente do Rio Ave Futebol Clube, que vai exigir o pagamento… à Alexandrina Cruz, presidente da SAD do Rio Ave, nomeada precisamente pelo detentor da SAD para defender os interesses da SAD?


E quando há uma negociação de cedência de espaços, como aconteceu há pouco mais de um mês — quem representa o arrendatário e quem representa o arrendador?

Será que Alexandrina Cruz, presidente do Rio Ave Clube, senta-se à mesa para negociar as melhores condições financeiras para o clube… com a Presidente da SAD do Rio Ave, também ela Alexandrina Cruz, que por sua vez está lá para defender os interesses da SAD?


Como é que terá sido a decisão de perdoar uns milhares de euros à SAD na época passada por parte do Clube?

Terá sido a Presidente do Rio Ave FC, Alexandrina Cruz, que se sentou com a Presidente da SAD do Rio Ave, também Alexandrina Cruz, para decidir qual a verba que melhor servia os interesses do clube… e simultaneamente os da SAD?

E mais: no dia em que os interesses do clube não coincidirem com os interesses da SAD como acontece imensas vezes no futebol nacional e internacional — o que vai acontecer?

Irá Alexandrina Cruz, presidente do Rio Ave FC, bater-se de razões e decidir ir para a esquerda, quando Alexandrina Cruz, presidente da SAD do Rio Ave, quiser ir para a direita?

Como é que isto é possível?

Como é que alguém pode achar que esta situação serve o clube, a transparência ou os sócios?

Estas perguntas são simples, mas as respostas não o são.
E é precisamente por não haver respostas claras que a transparência se perdeu.

O que se viu, foi um representante vender parte de uma empresa a outra entidade e depois ir presidir à empresa, sendo eleita pelo seu proprietário, para a qual vendeu tendo decidido o preço e condições da venda ao seu novo "empregador",

Tudo sem que ninguém da restante direção ache isso estranho e o manifeste publicamente. 

O Rio Ave sempre foi um exemplo de clube sério, respeitado, com identidade. Mas hoje vivemos tempos em que as decisões se tomam em círculos fechados, onde o contraditório é visto como afronta e onde as vozes críticas são censuradas, desvalorizadas e atacadas.

Nós sócios e também vocês dirigentes, não podemos aceitar que o clube se transforme num instrumento ao serviço de vontades individuais. O Rio Ave é maior do que qualquer presidente e maior do que qualquer mandato. Seja Alexandrina ou outra pessoa a presidir este dois órgãos em simultâneo.

E por isso, esta intervenção é, acima de tudo, um apelo.
Um apelo para que o Rio Ave volte a ser dos sócios e representado por todos os seus dirigentes.
Que volte a ser transparente, participativo e vivo.
Que volte a ser o Rio Ave que aprendemos a amar — de todos, e não apenas de alguns.


Por isso, reforço o apelo que fiz no passado dia 3 de outubro:

Senhora Presidente, demita-se.

E não caia na tentação de se recandidatar, escudando-se do seu “exército” para tentar validar, através de um processo eleitoral, aquilo que é — e continuará a ser — um claro conflito de interesses.

Nenhum ato eleitoral confere legitimidade a uma situação eticamente indefensável.

Muito menos quando é sustentado pela força de um grupo fiel, e não pela vontade genuína dos verdadeiros sócios.


Mas como sei que em caso algum se demitirá, então deixo estas duas situações para as quais gostaria de obter esclarecimentos diretos da sua parte:

  1. No dia em que os interesses do clube não coincidirem com os interesses da SAD como acontece imensas vezes no futebol nacional e internacional — como é que se irá posicionar?

  2. Se o investidor quiser adiar a construção da bancada para 2029 por exemplo, o que dirá a presidente do Rio Ave FC?


Perante as questões apresentadas, Alexandrina Cruz optou por não responder a nenhuma delas.

Ter ou não ter a maioria na SAD, eis a questão (esclarecimentos sobre uma comparação infeliz)


(foto retirada do facebook do Rio Ave)


Ontem, após a minha intervenção, um associado — que me merece todo o respeito — usou, com todo o direito, da palavra para responder, apresentando alguns argumentos sobre aquilo que referi como um evidente conflito de interesses.

O referido associado questionou o auditório, perguntando se alguém esperava que André Villas-Boas, depois de ser eleito presidente do FC Porto, não viesse a assumir igualmente a presidência da SAD; ou que o mesmo não acontecesse com o Dr. Frederico Varandas, no Sporting, ou com António Salvador, no Braga?

Na altura, optei por não voltar ao púlpito. O ambiente estava já bastante exaltado — mais uma vez, um episódio lamentável, ainda que, desta vez, o presidente da Mesa da Assembleia Geral tenha atuado de forma rápida e firme — e considerei que insistir apenas contribuiria para acentuar a crispação.

No entanto, sinto agora a obrigação de esclarecer todos os que estavam presentes e ouviram essa comparação.

No Futebol Clube do Porto, o clube é detentor de cerca de 74,59% da SAD.
No Sporting Clube de Portugal, o clube detém aproximadamente 88% da SAD.
E no Sporting Clube de Braga, é o maior acionista da SAD.

Há, portanto, um denominador comum evidente: em todos esses casos, o clube é o sócio maioritário da respetiva SAD.

Como tal, é o próprio clube — enquanto acionista de referência — quem elege o presidente da SAD. Estranho seria, nessas circunstâncias, o clube não escolher o seu próprio representante para liderar a sociedade e entregar esse papel a um investidor/quadro externo.

No caso do Rio Ave, a situação é completamente distinta.
O clube detém apenas 20% da SAD e, ainda assim, a pessoa que conduziu o processo de venda dessas participações foi, posteriormente, nomeada presidente da SAD pelo investidor que adquiriu a posição maioritária.

Creio que esta explicação é suficiente para demonstrar que as situações não são de todo comparáveis.

Espero, assim, ter esclarecido não apenas o associado que interveio, mas também todos os que assistiram à assembleia.

E, para finalizar, o mesmo associado terminou a sua intervenção dizendo conhecer bem a Alexandrina, saber onde mora e que, caso algo aconteça, todos sabemos que vive na Junqueira e que terá de dar a cara na cidade.
Pergunto: o que é que isso vale, exatamente?

Masterplan apresentado em Assembleia Geral: os principais pontos




Ontem, na Assembleia Geral, foi finalmente apresentado as primeiras imagens do tão aguardado Masterplan do Rio Ave FC. O projeto, que promete transformar de forma profunda as infraestruturas do clube, foi apresentado de uma forma geral pela direção, deixando algumas indicações importantes sobre o futuro das instalações

Eis os principais destaques:

  1. O Masterplan prevê uma estrutura de apoio ao futebol sénior, atualmente em construção e cuja conclusão está prevista para o final da presente temporada, bem como um complexo com um total de sete campos.

  2. Está prevista a construção da bancada nascente, embora não tenha sido especificado o número de lugares. Foi, no entanto, reafirmado que a sua conclusão deverá ocorrer em 2028.

  3. As zonas envolventes também serão alvo de requalificação, com melhorias no parqueamento, criação de espaços verdes e a instalação de uma nova “Loja Verde” na atual zona de estacionamento da direção.

  4. Dos sete campos previstos, quatro serão em relva natural.

  5. Questionada sobre a localização da bancada destinada aos sócios, Alexandrina Cruz respondeu: “Os sócios serão colocados na melhor bancada” (na bancada nascente deduzo eu). Sócio terá mostrado o desagrado pelo o facto de os sócios irem para as "traseiras" do estádio longe do parqueamento e da loja do sócio.

  6. O projeto contempla ainda três áreas distintas de parqueamento, melhorando a organização e acessibilidade às diferentes zonas do complexo.





















Muitos gastos: Falta planeamento e falta rigor na orçamentação. O que dizem os números do Relatório e Contas de 2024/2025

O Relatório e Contas do exercício de 2024/2025 do Rio Ave FC revela vários pontos que merecem uma análise cuidada. Há crescimento, é verdade — mas também há muita coisa que levanta dúvidas sobre planeamento, rigor e sustentabilidade.

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Rendimentos

O clube apresentou rendimentos totais de cerca de 960 mil euros, um aumento de 84% face ao ano anterior.
À primeira vista, o número impressiona. Mas ao olhar com mais atenção, percebe-se que este crescimento é sustentado quase exclusivamente por três fontes:

  • o arrendamento da SAD, e

  • o subsídio da UEFA, que passou de 5 mil euros para 170 mil euros e uma verba da seguradora de cerca de 160 mil euros.

Ora, este rendimento da UEFA e seguradora não é recorrente nem garantido. Se retirássemos apenas esse valor extraordinário, o resultado seria negativo.

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Gastos

Os gastos totais ascenderam a 670 mil euros, um aumento de 70%.
Curiosamente, a própria Direção tinha apresentado em junho do ano passado uma previsão de 556 mil euros.
Na prática, gastou mais 115 mil euros do que disse aos sócios, ou seja, mais 20% do que estava orçamentado.

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Análise Detalhada

  • Vendas de mercadorias caíram 59,4%, uma quebra de 63 mil euros. É provável que parte, ou até a totalidade, desta receita tenha sido absorvida pela SAD — por exemplo, através da venda das camisolas oficiais.


  • As receitas de Prestações de Serviços (quotas dos sócios e mensalidades das escolinhas) voltaram a cair, repetindo o cenário do exercício anterior.

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Quotizações e Mensalidades

  1. As receitas de quotização mantêm-se praticamente inalteradas, apesar de o clube ter promovido uma campanha de pagamento anual de quotas que descreveu como um sucesso.
    Isto significa que, tendo em conta o adiantamento de verbas, a receita real voltou a cair. E isto num contexto em que o número de sócios praticamente duplicou face a 2022/2023.
    Em resumo: desde então, as receitas da quotização diminuíram mais de 10%.



  1. Esta direção previa 215 mil euros em receitas de quotas, mas o valor real foi 162 mil euros — uma diferença de 25% abaixo do previsto.



  1. As mensalidades caíram de €84.595 para €69.807 (-17%). Como o valor mensal cobrado não diminuiu (ainda que haja uma equipa - sub 15 C - que tenha sido extinta), isso significa que há menos atletas nas escolas Rioavistas — ou então muitos pais deixaram de pagar.



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Outros Rendimentos (SAD)

  • Arrendamento do Estádio: €67.500
    (A direção perdoou €22.500 à SAD devido à “tempestade Martinho”)

  • Arrendamento da Academia: €90.000

Importa recordar que a SAD foi criada em maio de 2024, o que significa que teria de pagar pelo menos mais um ou dois meses que deveriam ter entrado no relatório anterior.

Questionei pessoalmente a Presidente Alexandrina Cruz, que explicou que, “por uma questão de timing”, o pagamento não tinha vencido.

Pois bem — também não entrou neste exercício.

Conclusão: além dos €22.500 perdoados, esta Direção deixou por cobrar entre 15 e 30 mil euros referentes ao exercício anterior.

NOTA: Alexandrina Cruz tinha dito e projetado em Maio de 2024 (Ponto 6): "Na eventualidade de, por imposições regulamentares a SAD não poder utilizar o Estádio, por falta de licenciamento, a renda continuará a ser paga ao clube".



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Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)

Talvez nem todos saibam o que esta rubrica significa, mas engloba praticamente tudo o que o clube paga a entidades externas — desde serviços profissionais a refeições, compras, representação, vigilância, etc.

E aqui é onde os números verdadeiramente explodem:
Os custos com FSE aumentaram 88%, passando de €267 mil para mais de €503 mil.


A direção tem dito que “a aposta foi o futsal”, mas, se olharmos para os números, os ordenados estão dentro da previsão feita em junho passado.
Portanto, a pergunta é: onde foi gasto todo este dinheiro?

Destaques:

  1. Vigilância e segurança: +96%

    • De 7 mil para 14 mil euros

    • Estimativa inicial: €6.600

    • A Presidente afirmou em maio de 2024 que “todas as despesas de segurança do Estádio e da Academia seriam da responsabilidade da SAD”.
      O que justifica, então, este aumento?



  2. Deslocações e estadias: +219%

    • De 19 mil para 60 mil euros

    • Estimativa: €45.000

    • As equipas competiram nos mesmos campeonatos — o que explica este salto?


  3. Gastos com pessoal: +99%

    • De 26 mil para 51 mil euros

    • Estimativa: €35.500

    • Foram contratadas novas funcionárias, apesar de haver menos trabalho direto devido à criação da SAD.
      Algumas desempenham funções também para a SAD — será o clube a suportar esses custos?



  4. Despesas de representação: quadruplicaram.


  5. Artigos de oferta: ultrapassaram os 18 mil euros.


  6. Rubricas “Outros” — sem explicação detalhada — somam cerca de 53 mil euros.


  7. E, para terminar, um exemplo que ilustra bem a falta de rigor:
    A previsão para eletricidade e água era de 25 mil euros.
    O gasto real? €172,40.

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Conclusão

Falta planeamento.
Falta rigor na orçamentação.
E falta visão — para não dizer outra coisa.

O centro de custos é desproporcional e a transparência continua a ser um conceito muito relativo. É difícil para os sócios compreenderem toda esta estrutura; mas é fácil, para quem gere, gastar enquanto há liquidez imediata.

Outro ponto relevante: deixou de ser apresentado o indicador de solvabilidade, que mede a capacidade do clube cumprir as suas obrigações a longo prazo.

Por fim, nota-se um detalhe preocupante:
As dívidas a liquidar no próximo ano aumentaram de €574 mil para €627 mil, apesar de o saldo contabilístico ser positivo em €290 mil.
Ou seja: temos lucro no papel, mas mais dívida para pagar a curto prazo.

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Um relatório que, mais do que números, revela uma gestão sem rumo.
E um clube que parece viver à boleia do curto prazo — com cada vez menos visão e cada vez mais justificações.