6.11.11

As nossas vitórias são épicas.

O Rio Ave não sabe vencer sem grande estrondo, sem drama, sem que o enredo da história seja complicado. Se com o Leiria foi electrizante (ou melhor, não teve electricidade), hoje meteu expulsões, meteu costelas amassadas (e felizmente não partidas) e um penalty, meteu um golo num remate que deveria ter sido cruzamento. Mas as coisas são o que são ou o que tiverem que ser.
A pergunta que me coloco é: como é que o Nacional não venceu hoje o Rio Ave? A resposta que encontro é que, mesmo jogando mal, com menos um e com jogadores desinspirados, o Rio Ave é melhor. Contra 10 o Nacional, que até ao 0-1 chegava com facilidade até junto da nossa área, praticamente desapareceu. Em número de oportunidades acho até que o Rio Ave teve mais. O Nacional era muito permissivo no centro da sua defesa e o Rio Ave não virou mais cedo o jogo porque João Tomás estava em tarde de desacerto.
E repare-se, um lance marca todo o jogo: Éder faz penalty (não tenho opinião), na mesma jogada Huanderson choca com 2 jogadores e lesiona-se e do penalty acontece o 0-1. É preciso mais azar? Huanderson até aguentou os 45 minutos, mas dos seus pedidos de assistência percebeu-se que não estava bem e saiu no intervalo. Entretanto Brito já tinha tirado Pateiro e colocado Gaspar. Portanto, além do golo, da expulsão, da lesão, duas substituições queimadas em consequência de um único lance.
Sendo certo que o Rio Ave acusou algum desnorte, sempre se percebeu que se fosse mais coordenado nas saídas para o ataque poderia pelo menos empatar. E o segredo foi o haitiano com nome de televisor japonês, Sony. Na bancada a sua entrada até foi muito contestada (acho que os sócios preferiam Kelvin no lugar do inexistente Yazalde). Mas até foi Carlos Brito o mais contestado hoje, pelo menos na zona onde me encontrava. Sony colocou ordem na direita e deu a Atsu o apoio que lhe faltou com Zé Gomes. O defesa esquerdo do Nacional tinha amarelo e notou-se que abalou com a nova ordem em campo. E foi do fundo da nossa extrema direita que surgiram os dois golos que nos deram a vitória. E então quando Atsu falha o cruzamento e marca golo, foi como se anunciasse a alvorada de um dia novo, um dia bonito, um dia feito para os rioavistas sorrirem, um dia perfeito. Considero ultrapassado o trauma da época passada.
Dou nota 4 a Brito. Sorte? Se Brito tivesse sorte tinha nota 5 e o Rio Ave tinha goleado.