19.8.25

Opinar é livre, representar exige responsabilidade e espírito institucional

Nos últimos dois anos, temos assistido a uma situação curiosa no seio do universo rioavista: um membro da direção tem feito publicações frequentes num grupo de sócios e adeptos simpatizantes do Rio Ave.

Não me choca que um diretor o faça. Afinal, todos temos direito a ter opinião e a partilhá-la nos meios de comunicação que entendermos. O que já me causa maior desconforto é perceber que um dos espaços de maior alcance entre os sócios é, cada vez mais, utilizado como canal de comunicação pessoal de um dirigente, sem critério definido, sem contexto institucional e, por vezes, sem rigor (como aconteceu ontem).

Nos últimos tempos, o tom adotado nas publicações parece tender para algo mais do que meras opiniões — chega a soar a ataques direcionados, a insinuações ou a comentários que ultrapassam a esfera pessoal e tocam no que deveria ser reservado ao espaço institucional do clube. Ontem vimos escrito nessa mesma página um conteúdo que parece ser direcionado para todos os restantes adeptos e sócios de outros clubes.



O exemplo mais recente é claro. Foi partilhada uma publicação com dados estatísticos sobre assistências de público que até é falaciosa. Foi afirmado que o Rio Ave “teve a quarta maior assistência em Portugal neste fim de semana”. Ora, na realidade, e olhando para todos os jogos disputados, o nosso clube registou a sexta maior assistência nos nove jogos realizados. Bastava um olhar atento sobre os números oficiais para se perceber o erro. Quero acreditar que se tratou de um lapso involuntário — não pode ser outra coisa. 

O que me incomoda não é apenas o erro em si, mas o facto de este tipo de comunicação partir de alguém que ocupa um cargo diretivo. De um diretor espera-se contenção, rigor, responsabilidade e, sobretudo, uma postura institucional. Até porque, quando se fala em nome do clube, ou quando se ocupa uma posição de destaque dentro dele, cada palavra tem um peso muito maior.

Na pior das hipóteses, se houvesse realmente necessidade de reagir ou de defender o bom nome do Rio Ave, essa voz deveria ser a da Presidente do clube. Cabe-lhe a ela, e apenas a ela, tomar posições públicas em nome da instituição.

Se há algo que distingue um clube respeitado é a forma como os seus representantes comunicam. E a comunicação institucional exige exatamente isso: responsabilidade, rigor e respeito por todos.


Ficam aqui os dados oficiais do número de espectadores nesta jornada (Dados retirados do Site da Liga Portugal) onde poderão verificar que o Rio Ave registou apenas a 6º melhor casa em 9º jogos realizados. 

1º - Sporting VS Arouca - 41 986 espectadores
2º - Vitória VS Estoril - 18 926
3º - Gil Vicente VS Porto - 11 066
4º - Estrela VS Benfica - 6 249
5º - FC Alverca VS Braga - 2 776
6º - Rio Ave VS Nacional - 2 452
7º - Santa Clara VS Moreirense - 1 695
8º - AFS VS Casa Pia - 1 225
9º - Tondela VS Famalicão - 532