2.11.19

O crédito de Carvalhal


No final da época passada quando a direcção do RAFC decidiu despedir Daniel Ramos, referi que só se compreendia essa decisão se chegasse um treinador com experiência, nome e carreira que justificassem a saída de um treinador que fez uma das melhores voltas da história do clube.

Quando surgiu o nome de Carvalhal compreendi, aceitei e apoiei.
Carvalhal é o meu treinador, tal como foi Daniel Ramos e como foi Nuno Capucho.

O que Carvalhal tem que estes não tinham são duas coisas:
1ª - Crédito: a carreira de Carvalhal é mais longa do que a de Capucho e mais mediática comparando com Daniel Ramos. Carvalhal subiu o Leixões e foi com uma equipa do terceiro escalão à final da Taça de Portugal. Passou com eles algumas pré-eliminatórias da Taça UEFA; com o Setúbal ganhou uma Taça da Liga. Fez furor e teve relativo sucesso em Inglaterra. Os outros 2 não.

2ª - É neutro: isto é, nem veio do Varzim nem é de Vila do Conde. E quer se goste quer não, isto, infelizmente ainda acontece. A estupidez de se insultar ou querer o insucesso de um treinador, apenas e só porque veio do maior rival histórico ou a de se desejar o insucesso por não se querer ver um "homem da casa" triunfar, só porque isso causa prurido ou até raiva em alguns, ainda existe...

Posto isto, Capucho com as mesmas 10 jornadas tinha 11 pontos. Carvalhal tem 12 pontos. Daniel Ramos fez nos primeiros 10 jogos da 2ª volta do ano passado 12 pontos: tantos quantos Carvalhal tem agora. (Cortei os 2 primeiros jogos de Daniel Ramos - os últimos 2 da primeira volta- porque digamos que foi a pré-época que não teve, ao contrário daquilo tiveram os outros 2 que estão em comparação).

Assim sendo, defendo, tal como defendi dos outros 2 (tendo acontecido com um até ao final da época e não com outro), a continuidade de Carlos Carvalhal.
Reforço: Carvalhal é o meu treinador.

O que me custa a compreender é a dualidade de critérios que vejo nas bancadas, nos comentários e nas análises que são feitas. Não vejo ponta de sinal de críticas a Carvalhal e ainda bem. Mas para quem agora se cala pergunto:
Porque é que uns são mais que outros?
Porque é que se exige mais a uns que a outros?
Porque é que Capucho foi assassinado para o futebol?
Porque é que Daniel Ramos foi tão tão tão criticado e injuriado?
Porque é que com Carvalhal está tudo bem? 
Há coisas que me custam a entrar...