1.4.19

Não tenho vontade de ver os jogos do Rio Ave

Acordei hoje a pensar que a primeira notícia que ia ler hoje era a da saída de Daniel Ramos. Não foi assim. O treinador acreditará nas suas capacidades, na possibilidade de ainda reverter esta má onda de resultados caseiros e proporcionar um final de época que venha a ser tranquilo, contrariando a crença que parece estabelecida entre adeptos de que será um final de época penoso e que o fantasma da descida de divisão paira sobre a equipa.

Acreditar em si mesmo é uma qualidade que pode ajudar. Acreditar demasiado em si mesmo já pode ser defeito muito prejudicial. A questão é complexa: com tão pouco para jogar e com um calendário tão complicado, seria alguém capaz de chegar a Vila do Conde e inverter a moral depressiva instalada? Bastaria mudar o treinador?

Como adepto não estou com Daniel Ramos, não o escondi em vários momentos. Daniel não nos trouxe nada de motivador e entusiasmante. A equipa joga muito pouco, parece sempre descoordenada, descrente, apática. Sento-me nos jogos em casa e espero sempre o pior. Eu diria que sou o típico adepto português: vou aos jogos como vou ao cinema, à espera de ver um espectáculo que decorre perante os meus olhos e que não é interactivo, vou pra ver e não para participar, posso aplaudir um golo ou assobiar o árbitro da mesma fora como me rio se houver uma boa piada num filme, só isso. Mas agora ver um jogo do Rio Ave só me dá aborrecimento e quando algo é aborrecido, as pessoas não vão. Mas ontem até havia casa "cheia"! Sim, mas eu também não gosto de ir às compras, mas se me derem um cupão com 50€ para gastar num hipermercado em troca de nada eu também irei às compras. Mas continuas a ir aos jogos! Sim, também continuo a fumar, é outro vício que tenho.


Dito isto, espero que a Direcção esteja a tratar muito a sério de substituir Daniel Ramos. A sua primeira experiência na sua terra está a correr mal e eu não acredito que melhore. Não sei se será já, mas que seja. É preciso trabalhar bem e depressa. Por outro lado, quero muito acreditar que vamos conseguir escapar à pressão de lutar pela sobrevivência até ao último minuto da Liga. Tento convencer-me que haverá alguém que ainda vai estar pior que nós e que vai fraquejar mais depressa. Mas é muito triste quando se começa uma época a pensar que se vai lutar pela Europa e depois tem de se andar agarrado a crenças e a falar em despromoção. Não gosto e já não estava habituado a estas coisas.