3.1.19

15j - Uma orquestra que só sabe tocar em Dó

Se o nosso futebol da noite de ontem fosse uma pauta de musica só tinha a nota Dó. O RIo Ave meteu dó. Não houve uma única coisa afinada para além de só se conhecer uma forma de jogar e que foi jogar mal.

Para mim notou-se claramente a falta de liderança: foi no banco, onde apesar do maior respeito e admiração que tenho pelo Gama pelo passado ligado ao clube, faltou clarividência e foi no terreno de jogo onde não houve uma cabecinha iluminada, um rasgo de bom futebol, um patrão que unisse os jogadores. Ontem só vi uma equipa partida a meio e dividida entre aqueles  que defendiam e aqueles que atacavam, sem ninguém com capacidade de ligar estes blocos e deixando uma cratera no nosso meio-campo. Andamos à deriva. O Moreirense apertou-nos com a sua defesa subida, ligou bem as suas saidas de bola e só não foi mais longe no marcador porque não tem a nossa qualidade individual. E foi isso, sabendo-se mais limitado nas individualidades fez do colectivo a sua força enquanto que nós com os desequilibradores desnorteados não encontramos união para disfarçar debilidades.

Em termos de estatística só ganhámos na posse de bola.
E de que adianta ter a bola se não sabemos o que lhe fazer?

Diria que batemos no fundo. E essa será, necessariamente, a única coisa boa do jogo de ontem; tudo o que vier depois desta jornada terá obrigatoriamente de ser melhor do que fizemos nesta 15ª jornada.