7.3.16

25j - Estoril - Estou em choque

Estou mesmo em choque. Foi só um mau dia no trabalho? Eu acho que foi isso, mas não só. E também acho que a eliminação da Taça teve influência e que nos deve fazer pensar. Acho duas coisas:
1 - já falei no assunto, acho que muito pode ser explicado por dores de crescimento. As equipas quando vêm a Vila do Conde, a maior parte delas pelo menos, não vem para jogar o jogo pelo jogo, vem para jogar com extremas cautelas, muito reforçadas defensivamente e a apostar no nosso erro. O Estoril esta noite não fez segredo nenhum de como vinha jogar desde o primeiro instante: comprimiu a equipa em 30 metros de terreno, não deixou espaço para jogarmos e contra-atacava sempre que podia. Nós fomos incapazes de contrariar esta estratégia e vimo-nos desorientados e perdidos.

2 - para essa perda do norte contribui também outro factor, que é a qualidade. Temos boa equipa, mas talvez não tenhamos uma equipa tão boa como por vezes achámos que temos. E isso nota-se mais quando é preciso assumir as despesas de um jogo que os adversários não querem jogar. Hoje, por exemplo, achei que só Postiga deu um contributo diferente à equipa. Provavelmente será criticado por estar muitas vezes fora de jogo, mas eu acho que foi o único que esticou a equipa para lá do colete de forças estorilista. E ninguém soube ler as suas movimentações. E este deslumbramento de uma série de bons resultados que não é necessariamente acompanhado pela qualidade de recursos actuais, leva a depressões como a que vimos hoje. Não fomos à final da Taça e ficámos deprimidos ao ponto de não sermos capazes de reagir contra o Estoril. Sermos capazes de perceber que podemos não ser tão bons como às vezes achamos que somos, pode ser um factor para ter melhores resultados nos momentos certos.

O caminho que vimos a trilhar é o certo. Vamos continuar a ter alegrias, não temos que nos envergonhar do que estamos a fazer, apesar da noite de hoje. Hoje foi um banho de humildade que levámos. Há que aprender com ele, chorar esta noite a derrota, berrar o desencanto todo agora e acordar amanhã e depois e depois e depois com a cabeça no sítio.