18.7.14

Rui Malheiro analisa os suecos

«Mesmo estando longe de ser a grande equipa da década de 1980, que venceu nesse período duas Taças UEFA, como também perdeu a hegemonia que lhe pertenceu como habitual vencedor do campeonato sueco – só venceu um campeonato (2007) na última década e meia -, o Gotemburgo era um adversário a evitar para a estreia europeia do Rio Ave. O principal motivo prende-se com o facto de já estar a meio da temporada, já que o campeonato sueco iniciou-se em março e a equipa apresenta rotinas e processos assimilados, como também uma dimensão física, que é impossível que o Rio Ave, ainda em pré-época, ter. Apesar do aparentemente modesto 6.º lugar, o Gotemburgo apenas perdeu por 1 vez – em casa –, justificando-se a classificação pelo elevado número de empates – 8 – a maior parte deles alcançados como visitante (6). A nível europeu, já eliminou o modesto Fola Esch (0-0 em casa; 2-0 fora) e ontem colocou-se como pé e meio na próxima eliminatória, ao vencer, na Hungria, o Györ por 3-0, comprovando capacidade para surpreender fora de casa, ao tirar partido da velocidade e mobilidade das suas unidades mais adiantadas, perigosas no contragolpe.
Do ponto de vista tático, o Gotemburgo costuma apresentar-se num 4x4x2. Explora muito o jogo exterior, sobretudo a partir dos alas/extremos, já que Lasse Vibe, dinamarquês de 27 anos, é extremamente acutilante a explorar diagonais (ambidestro à direita), enquanto Sam Larsson, 21 anos, uma das maiores promessas do futebol sueco, tanto procura a largura e a profundidade, realizando assistências para situações de finalização, como busca as diagonais (destro à esquerda), promovendo desequilíbrios no um para um e/ou procurando o remate. Na frente, o sul-africano Mahlangu, jogador elétrico e veloz, muito acutilante a explorar transições ofensivas, costuma desempenhar o papel de falso avançado (em momento ofensivo) ou terceiro médio-centro (baixa em momento defensivo), no apoio a um de dois avançados: o sueco Söder ou o senegalês Mané, avançado pesado mas muito veloz, nenhum deles com características da velha referência sueca de pontas-de-lança altos e toscos. Na baliza, Alvbage começou a temporada como titular, mas o jovem Sandberg tem vindo a conquistar espaço. No setor defensivo, Bjärsmyr, jogador que creio ter sido orientado por Nuno Espírito Santo no Panathinaikos, forma dupla de centrais com o veterano islandês Jónsson ou com o veterano norueguês Waehler (38 anos!), enquanto Johansson, internacional sueco, à direita, e o jovem e promissor Augustinsson, à esquerda, são os laterais. 
As limitações a nível da velocidade e agilidade dos defesas-centrais, como também a propensão ofensiva dos laterais, serão fatores que a equipa técnica orientada por Pedro Martins, depois de estudar detalhadamente o adversário, irão explorar. Na zona central do meio-campo, o maior destaque vai para Jakob Johansson, 24 anos, um jogador que atravessa um excelente período na sua carreira e poderá rumar a um campeonato mais competitivo. Extremamente robusto, é nuclear do ponto de vista defensivo, ao efetuar inúmeras recuperações, mas também se solta bem para o ataque e gosta de aparecer em zonas de finalização. Ao seu lado, mais fixo, costuma atuar Gustav Svensson, 27 anos, um jogador que prometia imenso, mas falhou nas aventuras pelo futebol turco e ucraniano, optando por regressar à casa de partida». (obrigado Rui)
- o Gotemburgo joga domingo às duas da tarde em casa; Pedro Martins vai observar o jogo?

PS - Não há ligações diretas para Gotemburgo; se o Rio Ave não optar pelo charter, a ligação mais obvia é via Frankfurt;