29.1.12

17ª j - Académica: de uma iminente derrota a uma quase quase vitória

Começo pelo fim: na conferência de imprensa ouvi um Carlos Brito tão honesto que merece um prémio. Análise certa ao que foi o jogo (Académica melhor na 1ª parte, nós quase a ganhar na parte final da 2ª) e pela primeira vez uma confissão: o Rio Ave não está mal, está muito mal.
De onde eu estava, via mais de uma vintena de chineses na tribuna. Mas na verdade os representantes da Liga dos Chineses em Portugal na 1ª parte só devem ter gostado de ver a Académica. Os de Coimbra foram mais acutilantes, mais objectivos, mais certeiros no passe e o Rio Ave limitou-se a ver jogar, quando muito a tentar destruir. Curiosamente as melhores oportunidades desse período até foram nossas, mas foram apenas dois curtinhos raios de sol num jogo predominantemente cinzentão. O que se passava? À frente da defesa praticamente só Yazalde se via a jogar, todos os outros pareciam padecer de um perturbador bloqueio mental.



Na segunda parte dá-se um facto curioso: Pedro Emanuel é o primeiro a mexer na equipa, tira Adrien e é nesse instante que a Académica começa a perder o domínio do jogo. Brito responde depois ao trocar o inexistente Braga por Kelvin e as coisas nunca mais foram as mesmas. Nós crescemos com esse "louco acto táctico" do treinador. Foi arriscado? O que se tinha a perder quando o meio-campo nunca esteve verdadeiramente em jogo? A expulsão de um academista ajudou a consolidar a nossa preponderância e no fim ficou a amargura de acharmos que podíamos e deveríamos ter ganho. O jogo não foi só o seu final, mas como as oportunidades aí se sucederam, é impossível não ficar desgostoso com a falta de pontaria.

Dou nota 2 a Brito. Jogámos mal na primeira parte, reagimos na segunda. Terceira substituição ficou por fazer. Jorginho não faria melhor que Vítor Gomes nos 10 minutos finais contra menos um?

A arbitragem pareceu-me ter cometido demasiadas gralhas.