4.11.09

Porque não joga Adriano

«Sem fazer ruído, o Rio Ave está no quarto lugar. É a equipa tacticamente mais rigorosa em termos de disciplina posicional dos jogadores. Casa um sabe bem a limitação periférica do espaço e a responsabilidade nele. Não vemos trocas posicionais (...).Um estilo que é a base do processo defensivo, sobretudo o triângulo-carraça do meio campo (Vilas Boas, Wires e Vítor Gomes) muito pressionantes sem bola. No processo ofensivo, porém, sente-se a falta de maior mobilidade, ou seja, os jogadores libertarem-se mais das suas posições. Disfarça com a criatividade de um-para-um de Sidney, mas falta Gama surgir mais por dentro e fazer passes verticais para João Tomás. O jogador que pode mexer na relação meio-campo e ataque ainda está meio escondido: Adriano. É forte, rápido e objectivo. Mas ainda lhe falta... disciplina posicional. Sem esse rigor, as possibilidades de desequilibrar o adversário são as mesmas de... desequilibrar a própria equipa quando perde a bola. E esse risco, uma equipa pequena não pode correr...», escreve Luís Freitas Lobo em A Bola de hoje (sublinhados meus).

Adriano é o 12º jogador de Carlos Brito: em nove jogos apenas uma vez não foi utilizado. Mas soma apenas 169 minutos (com um golo e um amarelo).

1 comentário:

Anónimo disse...

Fui a Olhão. Com a saída de Bruno Gama e a entrada de Adriano, o já débil lado direito do Rio Ave - mais uma exibição esforçada, mas muito fraca, de Zé Gomes - desequilibrou-se muito mais. Adriano não tem condições, por agora, para entrar em jogos em que a equipa esteja sujeita a muita pressão, porque, e aqui discordo de Freitas Lobo, desequilibra muito mais o Rio Ave que o adversário. Esforça-se a defender, mas ainda não percebe o futebol defensivamente ao nível que uma equipa como o Rio Ave exige.

Três notas:
- As notas do JN ao jogo do Rio Ave em Olhão levam-me a concluir que o jornalista não viu o jogo. São escandalosamente enganadoras.
- Bruno Gama não aparece muito por dentro, porque tem sido ele o equilíbrio defensivo do Rio Ave na direita. Falta-lhe inspiração mas sobra-lhe abnegação e clarividência defensiva. Grande jogo em Olhão.
- Wires dá, a espaços, uma qualidade à transição ofensiva do Rio Ave que não está traduzida no texto de Freitas Lobo. E, já agora, gostava também assinalar o ritmo, inteligência e simplicidade de processos de Vilas Boas na primeira fase de construção.